Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Outro aspecto da providência de Deus é o seu governo e domínio sobre todas as coisas. Que Deus domina é claro a partir das Escrituras (Sl. 2:2-4). Como o Governador de todas as coisas e como o Deus da providência, ele é o “bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores” (I Tm. 6:15).
Esse governo providencial de Deus é:
Todo-abrangente. Não existe nada, nem mesmo Satanás ou o pecado, que Deus não governe soberanamente (Jó 1:12; 2:6).
Soberano. Deus não somente governa todas as coisas, mas as governa de tal forma que elas devem fazer a sua vontade e servir ao seu propósito. No caso dos homens, anjos e demônios, seu governo não é comprometido ou dependente da vontade de suas criaturas (Jó 9:12).
Justo. Deus governa todas as coisas de uma forma que a responsabilidade pelas ações dos homens, anjos e demônios permanece deles. Ele não pode ser culpado pelo mal que eles praticam, embora ele esteja completamente no controle desse mal e até mesmo o faça acontecer (Rm. 9:17-20).
Com um propósito. Deus não somente governa, mas o faz de acordo com um plano perfeito para o qual todas as coisas devem e de fato se conformam. Nada acontece por acaso. Nada surpreende Deus ou faz com que ele mude sua mente ou vontade (Sl. 115:3; 135:6; Rm. 9:21-22).
Incompreensível. Tão grande é Deus como o Governador sobre tudo que seus caminhos estão além do nosso entendimento (Jó 9:10; Is. 55:8). Embora todas as coisas cooperem para o bem do seu povo e para a condenação do resto, não é sempre possível para nós ver isso. Vivemos por fé, não por vista (II Co. 5:7).
Gracioso. Deus governa para o benefício do seu povo (Rm. 8:28). Todas as coisas não cooperam para o bem daqueles que amam a Deus por acaso, mas sim porque Deus controla e dirige tudo por meio de Jesus nosso Salvador.
Contudo, o governo não é gracioso para todos. Seu governo sobre os ímpios é o oposto do seu governo sobre o seu povo. Ele é um governo condenatório, não apenas porque eles rejeitam seu governo e desprezam suas dádivas, mas também porque ele ativamente os governa para sua própria destruição e condenação. Isso não é negar que ele lhes dá coisas boas—vida e respiração, alimento e proteção, anos frutíferos, e tudo o mais—mas sim que ele nunca o faz por amor ou em graça.
Devemos crer nesse governo providencial por Deus, pois o que vemos nem sempre parece estar sob o sábio governo de Deus. Em vez de ordem, vemos desordem na criação e na sociedade; em vez de justiça, vemos injustiça, caos e aparente confusão na história e criação. Todavia, a fé crê e confessa que Deus está no controle, que nada acontece por acaso, e que pela graça de Deus tudo é para o bem. A fé sustenta que todas as coisas devem cooperar para o bem do povo de Deus, e que elas devem cooperar juntamente para esse bem, para aqueles que amam a Deus.2
Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 93-94.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em junho/2007.
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Nota do tradutor: O autor está citando Romanos 8:28. “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (ARC). “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (ARA).
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