Rev. Herman Hoeksema
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
A palavra que a Escritura usa para o pacto é de pouca ajuda em determinar a idéia escriturística do pacto. A derivação da palavra בּרית (berith) do Antigo Testamento é incerta. Alguns pensam que a palavra é derivada de um termo que significa “cortar.” De acordo com essa interpretação, berith está conectado com o costume de cortar os animais do sacrifício pelo meio e colocar as metades umas defronte das outras quando um pacto era concluído, para que as partes pactuais pudessem passar entre os pedaços daqueles animais sacrificiais como um sinal e juramento da fidelidade delas. Quando o Senhor concluiu seu pacto com Abraão, de acordo com Gênesis 15:9-17, ele se adaptou a esse costume.
Contudo, de acordo com essa passagem em Gênesis, somente o Senhor passou pelos pedaços dos animais sacrificiais; Abraão não o fez. Isso pode apenas significar que o Senhor não concluiu ou contratou um pacto com Abraão, mas simplesmente o estabeleceu. Esse é o ensino real da Escritura. Deus estabelece seu pacto. O pacto é seu. Nunca o homem se torna uma parte com Deus na conclusão de um pacto. Essa é a natureza do pacto. Como pode a criatura ser uma parte ao lado do seu criador? Como pode o homem, que não possui absolutamente nada de si mesmo, que deve receber tudo de Deus, alguma vez aparecer como uma parte contratante em relação ao Altíssimo?
De acordo com outros, o termo para pacto no Antigo Testamento significa um laço (vínculo) e deve ser derivado de uma palavra que significa “obrigação.” O fato é que o termo para pacto, que parece aproximadamente trezentas vezes no Antigo Testamento, tem mais de uma vez o significado de um testamento, e no grego é traduzido pelo termo διαθήκη, uma palavra que tem exatamente esse significado.
Fonte: Reformed Dogmatics, Herman Hoeksema, Reformed Free Publishing Association, vol. 1, pp. 461-462.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em julho/2007.
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