Rev. Angus Stewart
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A graça comum é, segundo seus teóricos, uma graça de Deus que é comum: uma graça de Deus para todos, cabeça por cabeça, incluindo os réprobos, que não são eleitos, nem redimidos, nem eficazmente chamados em Jesus Cristo. Os defensores da graça comum defendem que Deus tem graça, amor e misericórdia pelos reprovados, aqueles a quem Deus eternamente, decretou não salvar, mas de os punir pelos seus pecados.
Há diferentes doutrinas da graça comum, mas todas as formas de graça comum supõem dois pontos básicos. Primeiro, Deus tem uma atitude favorável ao ímpio réprobo, vendo-os com graça e piedade como objectos de sua bondade e misericórdia. Em segundo lugar, todas as coisas boas que os ímpios réprobos recebem de Deus nesta vida advêm de um amor de Deus por eles, como prova da Sua graça e favor por eles e instâncias de Sua bênção sobre eles.
Outros defensores da graça comum vão mais longe, afirmando, em terceiro lugar, que Deus interiormente e graciosamente refreia o pecado no réprobo (ao contrário dos ensinamentos da Bíblia sobre a depravação total). Em quarto lugar, Deus interiormente e graciosamente lhes permite fazer obras que estão parcialmente boas aos seus olhos (contra Gn 6:5; Rm. 3:12).
Outros ainda levam mais além a graça comum, alegando, em quinto lugar, que os crentes devem ser amigos com os infiéis (contrário à verdade da antítese; Gn. 3:15; II Coríntios 6:14-18). Em sexto lugar, os cristãos devem colaborar com os não-cristãos na construção do Reino de Deus na Terra (contra II Cr. 19:2; João 3:3).
Outros acrescentam, em sétimo lugar, que Deus tem empatia com o ímpio, entrando (de modo a partilhar) nos seus sentimentos (contra Js. 11:20; Lm. 2:2). Em oitavo lugar, a maioria dos defensores da graça comum vinculam-na com a oferta sincera: um pretenso sério e apaixonado, mas sempre resistido, desejo de Deus para salvar o réprobo (contra Mt. 11:25-27; Rm. 9:17-18, 21-23).
Nas próximas edições do Covenant Reformed News, vamos considerar os dois elementos mais básicos da graça comum (Deus ama o réprobo e por este amor dá-lhes coisas boas), pois são fundamentais para todas as formas de graça comum, e quando estes dois elementos são demonstrados serem falsos, todas as várias teorias da graça comum caem ao chão. Em vez da tela de toda a Escritura, devemos considerar apenas o ensino dos salmos inspirados, a fim de reduzir um pouco o nosso campo.
Vamos começar com o Salmo 5:4-6: “[4] Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal. [5] Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade. [6] Destruirás aqueles que falam a mentira; o SENHOR aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento.”
Observe a atitude de Deus para os ímpios: ódio (5) e horror (6). O ódio e repulsa de Jeová não são apenas ao pecado, mas também ao pecador: “odeias a todos os que praticam a maldade” (5) e “O Senhor abomina o homem sanguinário e enganoso” (6). Além disso, não são apenas alguns pecadores particularmente ruins, mas “todos os operadores de iniquidade” que Deus odeia (5). Deus não ama o pecador réprobo, mas odeia o pecado e o pecador (5-6).
O motivo do ódio de Deus e horror aos pecadores réprobos é a corrupção moral completa ou total depravação. O Salmo 5 usa as palavras “maldade,” “mal,” “tolo,” “iniquidade,” “sanguinário” e “enganoso” (4-6) para descrever os ímpios. O Salmo 5:9, citado em Romanos 3:13 como prova da depravação total de todos os pecadores caídos fora de Jesus Cristo, acrescenta, “A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios.” Uma vez que Deus é o tipo de Deus que Ele é, recto, santo e justo e uma vez que o homem é totalmente depravado, Deus odeia o ímpio fora de Cristo: “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal. [5] Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade” (Sl. 5:4-5).
Então e acerca da teoria da graça comum? De acordo com a graça comum, Deus ama o ímpio réprobo. De acordo com o Salmo 5, Deus odeia o ímpio réprobo. Em quem é que você vai acreditar?
Talvez você acha que isso é muito forte, uma “palavra dura”, mas o Salmo 5 é a voz de Deus. É Escritura Sagrada inspirada pelo Espírito Santo e a Palavra de Jesus Cristo, falada pelos profetas do Antigo Testamento (I Pedro 1:11). O Salmo 5, de acordo com o seu título, foi escrito por David, o suave salmista de Israel (II Sm. 23:1) e o homem segundo o coração de Deus (I Sm. 13:14). O Salmo 5:4-6 é imediatamente precedido pelas sentidas petições do coração de David ao seu Deus (1-3) e, imediatamente seguido por sua resolução à adoração: “Porém eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo” (7). A verdade do ódio de Deus para os ímpios (4-6) não impede David, em oração ou adoração, mas ajuda-o em oração (1-3) e culto (7).
David, o homem segundo o coração de Deus, professa a graça particular, “misericórdia” para ele e todos os santos (7), mas não para os ímpios que Deus odeia (5). Deus vê com “favor” e promete “abençoar” o “justo” (12), enquanto que Ele abomina os ímpios (6). O Salmo 5 não ensina o amor universal de Deus para todos, mas um amor especial e particular de Deus para o Seu povo eleito e um ódio santo para os ímpios réprobos (4-6). O Salmo 5 nega a graça comum e ensina graça incomum.
Da próxima vez, vamos considerar mais Salmos contra a graça comum (DV).
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Como o Salmo 5, que nós tratamos no último texto, o Salmo 11 opõe-se à ideia de que Deus ama a todos, inclusive os reprovados, na posição central da graça comum. Os versos-chave são: “[3] Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo? [4] O SENHOR está no seu santo templo, o trono do SENHOR está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens. [5] O SENHOR prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma. [6] Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo. [7] Porque o SENHOR é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os rectos.”(Sl 11:3-7).
Atitude de Deus para os ímpios é de ódio: “os maus e o que ama a violência odeia a sua alma” (5). Quando se diz que a “alma” de Deus odeia, isso significa que tudo o que é Deus. Ele odeia-os em seu ser mais íntimo, por assim dizer. Além disso, Deus não só odeia o pecado, mas o pecador: “os maus e que ama a violência odeia a sua alma”(5).
Também nos é dito o fundamento para o ódio de Deus para com os ímpios. Jeová odeia-os (5) e irá destruí-los (6), “Porque o SENHOR é justo, e ama a justiça” (7). A perfeita justiça de Jeová e a justiça é contra os rebeldes ímpios. Ele é o Santo e o Justo, portanto, “ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma”(5).
O ódio de Deus aos ímpios no tempo resulta em seu terrível castigo no inferno: “Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo” (6). Esta é a expressão final e definitiva da sua aversão dos ímpios: a sua agonia eterna.
Salmo 11 fala do ímpio réprobo, porque aqueles a quem Deus odeia (5) Ele punirá no inferno (6). Os eleitos, antes da sua conversão, vivem em pecado. Mas não é verdade dizer que Deus odeia-os, nem mesmo quando estavam na incredulidade. Deus eternamente amou o Seu povo em Cristo (Rm 9:13). Portanto, ele traz a todos ao arrependimento (Jeremias 31:3). Estamos sob a sua ira antes de nossa conversão (Ef 2:3), mas Ele nunca nos odiou, porque o seu ódio é a Sua firme determinação de lançar longe de si mesmo e punir eternamente a tais.
De acordo com o título, David escreveu o Salmo 11. Ele está sendo perseguido pelo ímpio em Israel, provavelmente sob Saul e Absalão. Ele pergunta: “Se os fundamentos são destruídos, o que pode fazer o justo?” (3). Rectidão e justiça são os “fundamentos” do reino de Deus na Terra. Quando estes são subvertidos e minados pelos líderes ímpios, de modo que os santos são perseguidos, o que pode fazer o justo? David relembra a celestial fundação da igreja de Deus e da aliança. Não importa o que os líderes da igreja façam, Deus é santo, reinando em glória, Ele vê tudo. “O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está no céu: os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens” (4). A Sua regra é perfeitamente justa. Ele ama e prova os justos (5, 7), mas Ele odeia o ímpio (5), a quem Ele lançará no inferno (6). Este é o fundamento moral da Igreja e do universo: santo amor de Deus para os Seus santos em Cristo e seu ódio justo aos ímpios.
Você vê como a graça comum ataca as fundações? A graça comum diz que Deus ama o ímpio réprobo. David, você ouviu isso? Deus ama Saul (ou Absalão), que está a caça-lo como uma perdiz nos montes e a tentar matá-lo (1-2)! Mas o que acontece com a santidade de Deus e justiça que Ele ama (7)? E que é de seu ódio aos ímpios com toda a Sua “alma” (5)? A graça comum coloca o mundo fora dos eixos, os fundamentos são movidos! Porque Deus não é perfeitamente justo, se Ele ama os réprobos, que são inteiramente pecaminosos.
Infelizmente, muitos cristãos acreditam na graça comum: Deus ama a todos, há bem em todos (contra a depravação total), Deus aprova alguma ou grande parte das actividades do mundo (contra Prov. 21:4) e os cristãos devem ver o bem moral em quase tudo o que os maus fazem. Assim, há bem nos alto-críticos e seu trabalho, apesar de minarem a autoridade e inerrância da Sagrada Escritura. Por causa da graça comum, podemos aceitar as ideias dos evolucionistas (big bang, geologia uniformista e macro-evolução do lodo para os seres humanos), porque eles são boas pessoas que honestamente buscam a verdade (contra Ef. 2:1-3 ). As teorias de psicólogos seculares sobre a culpa, relações familiares, etc, podem ser abraçadas e filmes para adultos podem ser assistidos por causa das operações poderosas da graça comum, alguns ainda ousam discutir.
Mesmo a sodomia! Se Deus ama a todos, então Deus ama os homossexuais, tal qual eles são. Há algum bem moral neles e assim que nós podemos aprender com eles, pois eles nos mostram amor verdadeiro também. Esta linha de raciocínio sobre a sodomia tem sido abraçada por muitos nas igrejas da Holanda, o país natal de Abraham Kuyper, o santo padroeiro da graça comum, assim como discípulos de Kuyper, em Toronto, Canadá, etc. A Igreja Cristã Reformada (CRC ) na América do Norte, que em 1924 expulsou Herman Hoeksema, justificou a permissão a um grupo de lésbicas, cantar sobre lesbianismo, no Calvin College da CRC, em função da graça comum (2002). Bispos da igreja de Inglaterra argumentam por membros e clero homossexuais da Igreja usando graça comum: Deus ama os homossexuais, eles são a sua imagem. A Igreja Presbiteriana na Irlanda, acreditando que Deus ama todos os pecadores e sob pressão simultânea dos homossexuais e do politicamente correcto tanto dentro e fora da denominação, produziu um “forjado” documento de compromisso sobre a sodomia, na sua Assembleia Geral de 2007 (www.cprf.co.uk/articles/pciandsodomy.htm).
Se você negar que Deus odeia o ímpio e mantém que Ele os ama, você destruiu os fundamentos morais da igreja (o justo e discriminatório amor de Jeová somente pelo Seu povo em Jesus Cristo) e a igreja já está em queda. As rachaduras estão aparecendo e irão crescer – mesmo que isto não seja admitido ou desejado.
(For a further explanation of Psalm 11:3-7, please listen to “The Moral Foundations of the Church” or download it from the CPRC website at http://www.cprf.co.uk/audio/OTindividual.htm)
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Até agora, no nosso tratamento dos Salmos versus graça comum, nós olhamos os Salmos 5 e 11, ambos escritos por David. Agora voltemo-nos para o Salmo 73, Salmo de Asafe.
Asaph observou “a prosperidade dos ímpios” (3). Eles gozam de boa saúde (4), experimentam poucas dificuldades na vida (5), “aumentam em riquezas” (12) e “têm mais do que o coração poderia desejar” (7). No entanto, eles estão cobertos com orgulho e vestidos com violência (6) e “falam arrogantemente” (8) e “apontam as suas bocas contra os céus” (9), perguntando: “Como o sabe Deus? E há conhecimento no Altíssimo?” (11).
Asafe estava com ciúmes deles: “Eu tinha inveja dos néscios, quando vi a prosperidade dos ímpios” (3). Escute o seu lamento: “Na verdade eu tenho purificado o meu coração em vão, e lavei as mãos na inocência. Por todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã” (13-14). “Eu procuro seguir o Senhor”, fundamentou Asafe, “mas tudo que eu recebo é a correcção diária. Porque eu não prospero e enriqueço? Por que eu deveria viver uma vida piedosa? Ele quase apostata: “Mas, quanto a mim, meus pés quase resvalaram; meus passos pouco faltou para que escorregassem” (2)!
Qual era o problema de Asafe? Ele acreditava na graça comum. Asaph pensava que a prosperidade material dos ímpios significava que Deus os amava e os abençoava, e, uma vez que ele não era rico como eles, ele não era amado ou abençoado por Deus – pelo menos não tanto como ele deveria ser.
Observe onde o problema de Asafe foi resolvido: “Eu entrei no santuário de Deus, então entendi eu o fim deles” (17). Ele recomeçou a pensar direito quando ele se encontrou com o Santo em Sua habitação. Isto acontece hoje, quando cristãos tolos invejam os ímpios prósperos e/ou confundidos com a falsa doutrina da graça comum vêm a acreditar o ensino de igrejas fiéis sobre a graça incomum de Deus – a Sua graça soberana, particular e irresistível na cruz de Jesus Cristo apenas.
O que foi que Asaph veio a entender? O “seu fim” (17), onde eram dirigidos: o castigo eterno no inferno. “Certamente tu os puseste em lugares escorregadios, tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, como num instante! São totalmente consumidos de terrores” (18-19). Os ímpios são como os homens andando sobre o gelo ou “lugares escorregadios” (18). Todas as coisas boas que recebem de Deus em Sua providência (dinheiro, saúde, empregos bem remunerados, carros grandes, belas casas), são tantos pesos que eles exercem sobre o gelo, fazendo tudo mais fácil de escorregarem e cairem na destruição . Observe também que é o próprio Deus quem os empurra e lança no inferno: “Tu os lanças à destruição” (18). Tudo acontece “num àpice!” (19). Como é terrível!
Asaph agora compreendia que a sua prosperidade terrena não provava que Deus os ama e os abençoa. Em vez disso, Jeová “despreza-os” (20)! O Altíssimo coloca-o em lugares escorregadios até que Ele os empurra e eles caem no abismo. “Como caem na desolação, como num momento! São totalmente consumidos de terrores” (19).
Quando Asafe voltou a si, sentiu-se envergonhado da sua incredulidade anterior e estupidez: “Assim, meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins. Tão tolo e ignorante fui: eu era como um animal perante ti” (21 -22).
A fé de Asaph é renovada e ele testemunha da bondade de Deus para ele. Não importa se ele é rico ou pobre, Deus está presente graciosamente com ele (23). Esta é a esperança viva de Asafe: “Tu me guias com o teu conselho e depois me receberás na glória” (24). Ouça a sua maravilhosa confissão de confiança e esperança no Senhor: “A quem tenho nos céus senão a ti? E não há ninguém na terra que eu deseje além de ti. Minha carne e o meu coração desfalecem, mas Deus é a força do meu coração, e a minha porção para sempre “(25-26).
O verso de abertura do Salmo resume tudo: “Verdadeiramente bom é Deus para Israel, até os que são limpos de coração” (1). A bondade de Jeová a Israel é Seu amor, favor e graça para eles em Jesus Cristo, independentemente da riqueza ou pobreza secular. Israel é ainda definido como aqueles que “são de um coração puro” (1) e não os ímpios prósperos em Israel que “perecem” (27) e quem Asaph costumava invejar (3). Os ministros cristãos e todas as pessoas de Jeová devem imitar Asaph por chegar perto de Deus, a fim de “declarar todas as [suas] obras” (28), incluindo a Sua obra de providência na Sua justiça (não graça) para com os ímpios prósperos e Sua destruição justa de deles (27).
Para mais informações sobre o Salmo 73, eu recomendaria fortemente o belo livro do Prof. David Engelsma, Prosperous Wicked and Plagued Saints (disponível na Livraria da CPRC por £6,60, inc. portes), como a melhor e mais completa exposição do Salmo 73 que tenho lido.
A mesma questão feita no Salmo 73 é indicada mais abreviadamente no Salmo 92:5-9. Os ímpios florescem, brotam como erva (7): crescem alto e verdes, de crescimento rápido, cheios de vida e vitalidade, saudáveis, bonitos e seguros. Certamente, a graça comum acha que isto é uma prova e demonstração do amor de Deus para com os ímpios: “Quando o ímpio cresce como a erva, e quando todos os que praticam a iniquidade florescem, é porque Deus os ama e é misericordioso com eles e os abençoa.”
Mas o que diz a Escritura? “Quando o ímpio crescer como a erva, e quando todos os que praticam a iniquidade florescem, é que eles serão destruídos para sempre” (7). Esta é a intenção e o propósito de Deus e o objectivo quando Ele dá prosperidade material aos seus inimigos. Ele está a prepará-los para o inferno: “é que eles serão destruídos para sempre” (7). “É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10:31). Tremei diante dEle! “Pois eis que teus inimigos, ó Senhor, pois, eis que os teus inimigos perecerão; todos os que praticam a iniquidade serão dispersos” (Sl. 92:9). Vocês que são descrentes, voltem-se para Jesus Cristo ou perecerão eternamente!
Aqueles que não vêm o propósito e a intenção de Deus de dar boas coisas aos ímpios, ou seja, a sua eterna destruição, são espiritualmente insensatos e ignorantes: “O homem brutal nada sabe, nem tampouco um tolo entender isto” (6; cf. Ps. 73:22).
Mas os justos que creem na Palavra de Deus, louvam-No por Sua sabedoria em destruir os ímpios pela sua prosperidade terrena: “Ó Senhor, quão grandes são as tuas obras! E os teus pensamentos são muito profundos” (Sl. 92:5). Ao rejeitar a falsa explicação da prosperidade dos ímpios que é oferecida pela teoria da graça comum (7), justificamos o omnipotente, justo, sábio e eterno Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: “Mas tu, Senhor, és altíssimo eternamente”(8).
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Depois de considerarmos os Salmos 5 e 11 de David, o Salmo 73 de Asafe e o Salmo 92, uma canção do “dia de Sabath”, voltamos a um salmo de David – o Salmo 69 – e especialmente os versículos 20-28.
Todos concordam que o Salmo 69 é um salmo messiânico. O Verso 9 (“o zelo da tua casa me devorará”) é citado em João 2:17, com referência à primeira purificação do templo por Jesus. O Verso 9b (“as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim”) é citado por Paulo em Romanos 15:3 sobre os sofrimentos de Cristo. O versículo 25 (“fiquem desolados os seus palácios, e não haja quem habite nas suas tendas”) é citado por Pedro em Actos 1:20 contra Judas, que traiu o Senhor. O Versículo 21 é mencionado em todos os quatro Evangelhos sobre o sofrimento de Cristo na cruz (Mateus 27:48, Marcos 15:36, Lucas 23:36, João 19:28-30).
Leia as orações surpreendentes de Cristo para Deus (Sl 69:22-28). “Torne-se a sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas ofertas pacíficas uma armadilha” (22). Não há graça comum aqui! As boas coisas físicas de alimentos e bebidas que são servidos à “mesa” não são dadas aos ímpios réprobos em amor; são dadas no juízo de Deus, como um “laço” e uma “armadilha” (22). Jesus ora para que a cegueira espiritual de seus inimigos réprobos: “Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente” (23). O Salmo 69:22-23 é citado em Romanos 11:9-10.
O Salmo 69 opõe-se à livre oferta (gratuita), um suposto desejo de Deus para salvar o réprobo. No versículo 24, Cristo ora para que os maus sejam punidos no inferno: “Derrama sobre eles a tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua”. No versículo 27, Jesus ora para que não sejam justificados e perdoados: “Acrescenta iniquidade à iniquidade deles, e não encontrem eles absolvição na tua justiça.” No versículo 28, ora o nosso Senhor, que eles não tenham parte no rol dos céus: “Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos”. As orações de Cristo são somente para os eleitos: “Eu rogo por eles: não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me tens dado, porque são teus” (João 17:9). As orações de Cristo, são apenas contra os réprobos (Sl. 69:22-28).
Como o Salmo 22, o Salmo 69 é uma canção da cruz. As petições de Cristo para Deus (22-28) vêm logo após os versículos em que Ele é repreendido por seus inimigos (19-20), deixado sem confortadores (20) e dado a beber vinagre na cruz (21). Esta passagem ensina a doutrina bíblica e reformada da expiação particular. Especialmente uma vez que Jesus ora para a destruição dos réprobos (22-28), inclusive Judas (25; Actos 1:20), enquanto Ele estava na cruz, Ele não morreu por todos. Como Ele carrega a ira de Deus contra os pecados de Seu povo, Cristo se opõe à noção de que Deus quer salvar a todos (Sl. 69:23-24, 27-28). Embora sofrendo agonias infernais, em nome de Sua Igreja, Cristo ainda arranjou tempo para orar contra os réprobos perversos e se opor ao erro da graça comum (22). Assim, o Salmo 69 ensina a expiação particular de Cristo, a intercessão particular e a graça particular pelos eleitos apenas. Até apresenta Cristo orando contra a graça comum e a livre oferta enquanto Ele é crucificado (22-28).
A única maneira de conhecer o amor e a bênção de Deus é pela fé em Jesus Cristo. Por causa da queda, a raça humana está sob a maldição de Deus. Por Sua morte redentora eficaz, na cruz, o Senhor Jesus suportou a maldição de Deus por Seu povo, para que a bênção de Deus venham àqueles que estão em Cristo. Qualquer doutrina do amor de Deus ou uma bênção de Deus para os réprobos, não apenas nega a perfeita justiça de Deus – porque como Deus pode amar e falar bem sobre pecadores totalmente depravados e réprobos? – Mas também retira glória a Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado. Apenas Cristo medeia o amor e bênção de Deus aos crentes! Assim, a filosofia de que Deus ama e abençoa as pessoas fora de Jesus Cristo ataca o evangelho. Se Deus realmente os ama – e Seu amor é divino, eterno, imutável e poderoso – certamente Ele não vai permitir que pereçam no inferno. Assim, os defensores da graça comum, especialmente à medida que avançam nesta linha, estão cada vez mais a ensinar que há um sentido em que Jesus morreu por todos ou até que Cristo realmente morreu por todos os homens, cabeça por cabeça. Acreditar num amor de Deus para todos e numa cruz para todos, está cada vez mais sendo sugerido, e até afirmado, que aqueles que permanecem em outras religiões ou nenhuma podem vir a ser salvos.
O significado canônico do livro dos Salmos é que é o livro de canções da igreja, um livro de adoração, culto, devoção, louvor e oração, como levantamos nossos corações e vozes em melodia para Deus. O Salmos 5 e 11 ensinam o ódio de Deus para alguns e se opõe a uma amor de Deus por todos. Quem cantaria isso? O Salmo 73 e 92 são contra a idéia de que as coisas boas que Deus dá aos réprobos saem de um amor divino para com eles. Muitos não querem adorar o Todo-Poderoso com estas palavras inspiradas. O Salmo 69 contém as orações de Cristo na cruz contra a graça comum e a livre oferta. Infelizmente, esta Palavra de Deus no livro inspirado de canções da igreja ofende a muitos cristãos professos.
Vocês adoram a Deus cantando estes Salmos? David fê-lo. Asafe fê-lo. A igreja no Antigo Testamento e Novo Testamento fizeram-no. Muitas igrejas fiéis fazem hoje. No entanto, muitos amputam os Salmos e especialmente aqueles Salmos que temos vindo a considerar. Os Salmos matariam o suposto culto de muitas igrejas cristãs professas. A heresia #1 na hinódia evangélica moderna, não inspirada, é um amor universal de Deus. A maioria dos hinários estão preenchidos com isto. João e Carlos Wesley escreveram seus hinos para promover o amor universal de Deus arminiano e atacar a predestinação. O hinário da Igreja Presbiteriana Livre de Ulster está cheio de idéias arminianas (www.cprf.co.uk/articles/freepresbyterianhymnal.htm) e a maioria dos hinários são piores. À medida que a Igreja se desvia, os Salmos são primeiramente desprezados e porteriormente ignorados; vindos os hinos arminianos, projetados para apresentar um mais agradável e aconchegante Deus e para as pessoas se sentirem bem. Voltemos aos Salmos e sua apresentação humilde da glória de Deus e Sua graça soberana, nomeadamente em Jesus Cristo, defronte a graça comum e a livre oferta.
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