Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / [email protected]
Há muitas perguntas que não podem ser respondidas agora sobre a ressurreição dos mortos, sobre os corpos que teremos na ressurreição e sobre o céu, o lar do povo de Deus em seus corpos ressurretos. Todavia, a Escritura nos dá informação suficiente que nos permite crer na ressurreição do corpo e saber que há algo para se esperar e pelo que orar.
A Escritura fala muito sobre a ressurreição dos nossos corpos em 1 Coríntios 15. Ali somos informados sobre quatro verdades preciosas:
Primeiro, o corpo ressurreto será incorruptível (vs. 42,52). Não somente seremos livres dos efeitos do pecado – doença, morte e sepultura – mas nunca mais será possível, como foi para Adão, cair no pecado e na morte. Incorruptível significa “incapaz de ser corrompido”!
Segundo, o corpo ressurreto será glorioso (v. 43). Sua glória será a glória do próprio Cristo e de Deus em Cristo. “O nosso corpo de humilhação”, diz Paulo, será transformado “para ser igual ao corpo da sua glória” (Fp. 3:21). Essa é a glória do céu e a bem-aventurança de sua vida.
Terceiro, o corpo ressurreto será poderoso (1Co. 15:43). Isaías 40:31 nos fala um pouco sobre isso. Ser capaz de correr e não cansar é quase inconcebível, mas isso é apenas uma pequena parte do que teremos através da ressurreição. Não somente os poderes que Adão perdeu serão restaurados, mas teremos muito mais além desses. Teremos o poder para conhecer até mesmo como somos conhecidos (1Co. 13:12). Acima de tudo, teremos o poder para amar, servir e obedecer a Deus sem pecado. Que coisa maravilhosa será isso!
Finalmente, o corpo ressurreto será espiritual (1Co. 15:44). Aqui, também, é difícil saber tudo o que a Escritura quer dizer, mas certamente significa pelo menos isso: não mais seremos “carne e sangue”, com corpos adaptados a esta terra e sua vida, mas seremos capazes de herdar o que carne e sangue não podem herdar (v. 50).
As mudanças que acontecerão em nossos corpos quando ressuscitarmos do pó da morte são tão grandes que a Escritura é forçada a usar figuras para tentar nos dar algum conceito de tudo isso. A mudança entre um grão de trigo – uma coisa dura, aparentemente sem vida – e a planta verdejante e viva que cresce dele é uma pequena figura da forma como seremos transformados (1Co. 15:37).
Há outras figuras na criação que nos ajudam a entender. A metamorfose de uma lagarta numa borboleta é uma delas. A palavra grega metamorphosis, traduzida como “transformará” em Filipenses 3:21, é uma das palavras que a Escritura usa para ressurreição. De um verme que rasteja no pó para uma das mais belas de todas as criaturas de Deus, a lagarta é transformada e, todavia, ainda é a mesma criatura que antes.
Quando pensamos nessas maravilhas da ressurreição, ela torna-se o foco das nossas esperanças. Então dizemos: “Meu Senhor Jesus, vem rapidamente! Venha e transforme esses corpos vis e cheios de pecados, sujeitos à morte e à corrupção – no corpo bem como no espírito – em corpos como o teu!”
Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 312-13.
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