Thomas Miersma
Tradução: Marcelo Herberts
Jesus disse: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (João 3:18).
Por essas palavras Jesus não apenas nos ensina que os incrédulos serão condenados, mas que por conta do seu pecado e incredulidade eles já estão debaixo do julgamento de Deus. O homem é um pecador culpado. Ele nasce nessa condição de pecado e incredulidade. Mas Jesus também ensina que pela fé em Jesus Cristo um homem escapa da condenação. Igualmente, Jesus disse: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (João 3:36).
Jesus ensina que os pecadores descrentes estão de fato mortos, debaixo da ira de Deus, e que nunca terão uma vida genuína em comunhão com Deus. A ira de Deus repousa e permanece sobre eles. Tal é o estado do pecado e da culpa humanos, mas por meio da fé um homem é liberto da condenação e tem vida eterna. Fé é o instrumento ou meio pelo qual somos declarados retos perante o trono do julgamento de Deus. Essa bênção é encontrada somente em Jesus Cristo. Nós não passamos da condenação à retidão porque cremos. A fé nunca poderia ser o fundamento dessa mudança, pois ela em si é obra da graça. Acerca da confissão de fé de Simão Pedro, “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo,” Jesus diz: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus” (Mateus 16:17). Ensinar que somos perdoados porque cremos, porque fizemos uma decisão por Cristo ou porque fazemos boas obras, é ensinar a doutrina da salvação e absolvição pelas obras, seja pela vontade ou atividade do homem, seja pela sua crença.
Antes, Jesus nos ensina através da oração do publicano (Lucas 18:9-14), que é com base na misericórdia de Deus que somos justificados ou tornados retos. A misericórdia de Deus é a fonte da absolvição. Como Jesus diz, o publicano orou “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador,” e Ele também explica: “Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus” (Lucas 18:13-14). Foi a misericórdia de Deus que perdoou a dívida pelos seus pecados. Por meio dessa misericórdia Deus entregou Jesus Cristo para “… salvar o seu povo dos seus pecados”, deu-Lhe o nome de Jesus, Salvador (Mateus 1:21).
Deus não deixou de lado a Sua justiça. O pagamento pelos pecados do seu povo precisava ser efetuado, a justiça deveria ser satisfeita, e a ira de Deus contra o pecado levada embora. Portanto Jesus testifica do Seu sangue, oferecendo o cálice da comunhão: “Isto é o meu sangue da nova aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados” (Mateus 26:28). Jesus carregou sobre si a ira de Deus, pagou a dívida no lugar do seu povo, a fim de que esse povo pudesse ser declarado reto perante Deus. Somente Jesus é o fundamento ou causa da nossa retidão. Ele não apenas provê retidão, mas é a retidão do seu povo perante Deus. Ele exclamou na cruz: “Está consumado!” (João 19:30); e não “Está provido.” Pela fé em seu nome, Deus concede essa bênção ao seu povo. Essa bênção não reconhece qualquer obra ou retidão no homem. A fé permanece sem obras; é uma confiança em Cristo. Tal confiança não pode jamais merecer qualquer coisa por si mesma. É por sua própria natureza uma confiança na pessoa, nas obras e nos méritos de outro, a saber, Jesus e o Seu pagamento e obediência. Por meio dessa confiança salvadora em Cristo, Deus imputa retidão sem obras (Romanos 4:6). Deus justifica aqueles que em si mesmos são ímpios (Romanos 5).
Em sua condição perante Deus, no que você está confiante? Você é reto, não com base nas suas obras, mas através do completo Salvador? Aquele que crê em Jesus Cristo “não é condenado” (João 3:18). É o seu caso?
Fonte: What Jesus said about, Rev. Thomas Miersma, cap. 12.
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