Herman Hoeksema
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
A Escritura também ensina que o povo de Deus é chamado para lutar pela santificação de vida e andar de maneira digna ao chamado com que foram chamados. Embora seja Deus quem opere neles tanto o querer quanto o realizar segundo a boa vontade dele, eles são, todavia, chamados a andar em obediência e a desenvolver sua salvação com temor e tremor (Fp. 2:12-13). Eles são admoestados a apresentar seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o seu culto racional, e a não se conformarem com o mundo, mas serem transformados pela renovação de sua mente, de forma que possam provar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm. 12:1-2).
Eles não devem se meter em jugo desigual com os incrédulos, pois a justiça não tem associação com a injustiça, e a luz não tem comunhão com as trevas; Cristo não tem concórdia com Belial, e o crente não tem nenhuma parte com o infiel. Os crentes são templos do Deus vivo, e têm a promessa que Deus habitará neles. Portanto, é o chamado deles se separarem, sair do meio dos incrédulos, e não tocar no que é impuro (II Co. 6:14-17). Visto que os crentes têm essas promessas, é o chamado deles purificarem-se de toda poluição da carne e espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus (II Co. 7:1).
O povo de Deus deve se despir do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e se revestir do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade (Ef. 4:22-24). Eles devem ser imitadores de Deus, como filhos amados, e andarem em amor (Ef. 5:1-2). Devem andar como filhos da luz, aprovar o que é agradável ao Senhor, e não ter nenhuma associação com as obras infrutíferas das trevas, mas sim reprová-las (vv. 8-11). Devem ser irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual devem resplandecer como luzes no mundo (Fp. 2:15). Para isso eles foram escolhidos e abençoados com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais, para que sejam santos e sem culpa diante dele (Ef. 1:3-4).
Assim, a Escritura enfatiza a necessidade e a realidade da santificação do povo de Deus no meio do mundo. Eles são santificados em princípio, limpos e purificados. Eles já se despiram do velho homem e se revestiram do novo (Cl. 3:9-10). Eles nasceram de Deus (I João 3:9). Foram crucificados com Cristo (Gl. 2:20) e libertos da lei do pecado e da morte (Rm. 8:2). Eles estão sendo também continuamente confirmados e fortalecidos através da graça, e vivem continuamente pelo Espírito. O próprio Deus preserva neles a boa obra que ele começou (Fp. 1:6). Ao mesmo tempo eles também aperfeiçoam a santidade no temor de Deus, se guardam de toda impureza da carne e do espírito (II Co. 7:1), desenvolvem sua própria salvação com temor e tremor (Fp. 2:12), e lutam o bom combate da fé até a morte (I Tm. 6:12), para que ninguém possa tomar sua coroa (Ap. 3:11). Assim, a Escritura apresenta a verdade da santificação em todas as suas implicações.
Fonte: Reformed Dogmatics, Herman Hoeksema, Reformed Free Publishing Association, vol. 2, pp. 126-127.
1[email protected]. Traduzido em maio/2007.
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