Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Você já pensou alguma vez que sua fé seria muito mais forte e sua vida mais santa se pudesse ter andado com o próprio Jesus, como fizeram os apóstolos—se pudesse ter visto seus milagres, ouvido seus ensinos, e o seguido por toda a Galiléia e Judéia? Pedro nos diz que não devemos pensar dessa forma quando ele chama a Sagrada Escritura de “uma ainda mais firme palavra de profecia” (II Pe. 1:19, KJV). Temos algo melhor e mais certo do que os apóstolos tinham, apesar de terem sido “testemunhas oculares da sua majestade” (1:16). Pense nisso! Você pode imaginar qualquer declaração mais forte do valor e suficiência da Sagrada Escritura?
Olhemos para o que Pedro diz. Em II Pedro 1:16-18 ele está falando sobre a transfiguração de Cristo. Não muito antes de sua morte, Jesus foi “transfigurado” num monte na Galiléia. Você achará a história em Mateus 17:1-8, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36. Os três discípulos que estavam ali—Pedro, Tiago e João—não somente viram Jesus, Moisés e Elias, mas também ouviram a voz do próprio Deus testificando de Jesus. O que é mais impressionante, eles viram Jesus em sua glória celestial, como o veremos quando ele retornar. Esse é o motivo de Pedro falar no versículo 16 de ver seu “poder e vinda.” O que poderia ser melhor do que isso?
Pedro sabia que pensaríamos dessa forma. Ele sabia que perguntaríamos: “Mas e quanto a nós? Como podemos saber e estarmos certos? Nós não o vimos. Não fomos ‘testemunhas oculares da sua majestade.’” Pedro responde essas perguntas antes mesmo de serem feitas quando nos diz que a Escritura é uma ainda mais firme palavra de profecia. Ela é mais segura do que ser uma testemunha ocular. Isso é parte do que chamamos a suficiência da Escritura. Na Escritura temos tudo o que precisamos para a fé e vida.
Mas você sabe o porquê a Escritura é uma ainda mais firme palavra? Pedro explica isso também, ao falar sobre a inspiração da Escritura: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pe. 1:21). Em outras palavras, a Escritura não foi escrita porque os autores de vários livros queriam escrevê-la. Em última instância, eles não foram aqueles que decidiram o que escrever e como escrever. Em todo o seu processo de lembrança, consulta às fontes, planejamento, escrita real e edição, o Espírito Santo “carregou-os.” Isso é o que a palavra traduzida como “movidos”2 realmente significa. Eles foram carregados! O autor real da Escritura é o Espírito Santo.
O resultado é que a Escritura é uma luz que alumia em lugar escuro. Esse mundo é a terra da sombra da morte, uma terra obscurecida pela ira do Senhor (Is. 9:2, 19). A Escritura nos diz que não haverá noite nos novos céus e nova terra, mas sobre esta Terra não há dia. De um ponto de vista espiritual, este mundo é tudo trevas. Ele é apenas e sempre noite. E ao nosso redor as trevas aumentam nesses últimos dias. Nessas trevas a luz da Escritura brilha, e até que Cristo, a Estrela da Manhã apareça, ela é a única luz que temos.
Portanto, preste atenção à sua Bíblia. Sua luz não brilha quando suas páginas não são abertas. Leia-a diariamente. Estude-a com a oração para que Deus faça sua luz brilhar em seu coração. Medite em suas verdades preciosas. E siga-a como uma luz em seu caminho.
Fonte (original): Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 12-13.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em abril/2008.
2Na NVI lemos “… homens, falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo.” Na Almeida Atualizada e na KJV, versão do autor, lemos “… movidos pelo Espírito Santo.”
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