Herman Hoeksema
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Esse é o conceito supralapsariano da igreja.2 De acordo com a apresentação infralapsariana, Deus criou um organismo perfeito e original em Adão. Esse organismo foi danificado, estragado e corrompido pelo pecado. Deus restaurou esse organismo original na igreja pela re-criação. Nossa objeção principal contra esse conceito Reformado moderado é que, nele, algo realmente caiu nas mãos de Satanás e foi perdido. O diabo ganhou uma vitória, embora Deus tenha restaurado sua criação danificada e tido a vitória final.
De acordo com a nossa concepção, Deus desde toda a eternidade propôs criar uma igreja em Cristo. Essa igreja, juntamente com a concha réproba da raça humana, Deus criou nos lombos de Adão organicamente. Na linha da eleição e reprovação, Deus separa a parte interior da concha e traz sua igreja eleita à glória. Nada está perdido! O pecado e Satanás devem servir ao propósito de concretização da igreja de Cristo, para que Deus mantenha seu conselho.
Esse é o ensino da Sagrada Escritura:
De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra (Ef. 1:10).
Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sebá, por ti. Enquanto foste precioso aos meus olhos, também foste glorificado, e eu te amei, pelo que dei os homens por ti, e os povos, pela tua alma (Is. 43:3-4; cf. Cl. 1:15-20)
O significado é que o número inteiro dos eleitos—incluindo os eleitos do passado, presente e futuro—juntos constituem a igreja como o corpo de Cristo. Desse ponto de vista podemos distinguir a igreja como igreja militante (ecclesia militans), igreja triunfante (ecclesia triumphans) e igreja latente ou oculta (ecclesia latens).
Fonte: Reformed Dogmatics, vol. 2, Herman Hoeksema, Reformed Free Publishing Association, pp. 198-199.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em maio/2007.
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Nota do tradutor: Apresentado na seção “Elementos na idéia da Igreja,” pp. 195-198.
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