Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Começamos nosso estudo do batismo com certo temor, conhecendo as diferenças que existem entre os cristãos sobre este assunto importante. Todavia, embora não tenhamos o desejo de ofender aqueles que são de uma persuasão Batista, cremos que o testemunho da Escritura é claro. Apenas pedimos que eles ouçam o que temos a dizer.
A primeira questão, então, é o simbolismo do batismo. Não cremos que a água do batismo tenha alguma eficácia ou poder, como o Romanismo, Anglicanismo e Luteranismo ensinam. Seu valor está no fato de que ela é um símbolo.
Todos concordariam, estamos certos, que a água do batismo simboliza o sangue de Cristo, e que a aplicação da água (por ora, deixamos de lado a questão de como ela é aplicada) representa o lavar dos pecados pelo sangue precioso de Cristo.
Em outras palavras, o batismo representa a aplicação da salvação na justificação (a remoção da culpa dos nossos pecados) e santificação (a remoção da sujeira e poluição dos nossos pecados). Portanto, ele representa o perdão dos nossos pecados quando recebemos tal perdão em nossa justificação e através da fé, como também a obra de Deus pela qual somos feitos santos na regeneração e santificação.
Enquanto o batismo representa a aplicação da salvação—o lavar dos nossos pecados na justificação e santificação – a água representa não somente o sangue de Cristo, mas também o Espírito de Cristo. Ele é aquele em quem e por quem somos lavados (batizados), tanto para remissão como para a purificação dos nossos pecados.
Esta é a razão pela qual a Escritura descreve o dom do Espírito como um batismo (Mt. 3:11; Atos 1:5; Atos 11:16; 1Co. 12:13). Ele é um batismo, por nenhuma outra razão senão a de que o Espírito tem uma função importante na purificação do pecado. Ele é aquele que aplica em nós o sangue de Cristo, tanto para nossa justificação como para a nossa santificação, e visto que ele faz isto dando-nos ele mesmo, podemos ser ditos como tendo sido batizados não somente no sangue, mas também em ou com o Espírito quando somos salvos.
Isto tem muitas conseqüências importantes. Primeiramente, ela é uma resposta ao erro do Pentecostalismo, que ensina que o batismo no Espírito é algo adicional ou subseqüente à salvação. O batismo no ou com o Espírito não é outra coisa senão a salvação. Isso é claro a partir da Escritura (Atos 2:38-39; Rm. 5:1-5; Rm. 8:9; I Co. 12:13 comparado com João 7:37-39; Gl. 3:2; Ef. 1:13-14).
Tudo isto tem conseqüências também para o modo do batismo. Se a água do batismo representa tanto o sangue como o Espírito de Cristo, então deve ser observado que a Escritura descreve invariavelmente a aplicação de ambos em termos de derramar ou aspergir. Este é um ponto que explicaremos em “O Modo do Batismo”. O ponto aqui é que o batismo simboliza belamente o lavar e a remoção dos pecados pelo sangue e pelo Espírito de Jesus Cristo, e assim, nos mostra como entramos no pacto de Deus: pela graça somente e por Cristo somente.
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Fonte: Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 258-259.
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