Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Uma verdade muito preciosa com respeito ao nosso Senhor é que ele é como nós em todas as coisas, exceto no pecado (Hb. 4:15). Que ele é como nós significa que ele teve nossa natureza humana em adição à sua natureza divina. Ele é tanto Deus como homem numa pessoa.
Quando falamos da natureza humana de Cristo, existem várias verdades importantes enfatizadas, especialmente cinco. Ele tinha uma natureza humana real, completa, sem pecado e fraca, e uma natureza humana central procedente da linha do pacto.
Cada uma dessas verdades é da maior importância possível para a nossa salvação.
Que Cristo tinha uma natureza humana real precisa ser enfatizado contra o ensino—de alguns na igreja primitiva e algumas seitas hoje—que Cristo somente apareceu na forma de um homem, mas não tinha de fato um corpo humano real, de carne e sangue, e nem uma alma humana real como nós temos. Sua humanidade, é dito, era somente uma aparência—algo como um anjo aparecendo na forma de um homem.
Mas se Cristo não tinha uma natureza humana real, nossa salvação não é real também. Se sua natureza humana era somente uma aparência, assim também o seu sofrimento e morte, e a nossa salvação. A realidade da nossa salvação depende da realidade de sua natureza humana. Hebreus 2:14-15 diz: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.”
A Bíblia ensina a realidade da natureza humana de Cristo não somente enfatizando o fato que ele era como nós em tudo, mesmo em ser tentado (Hb. 4:15), mas em muitas outras formas também. A realidade de sua natureza humana é ensinada em todas aquelas passagens que falam de Jesus nascendo, crescendo, aprendendo, obedecendo, comendo, bebendo, ficando cansado, chorando, sofrendo e morrendo. Todas elas nos falam que ele era realmente um homem, como nós em todas as coisas. Duvidar da realidade de sua agonia no Getsêmani, sua dor na negação de Pedro e traição de Judas, e sua agonia ao ser abandonado na cruz, é duvidar não somente de sua honestidade, mas também da nossa salvação por meio desses sofrimentos.
Cristo é, portanto, osso dos nossos ossos e carne da nossa carne (Ef. 5:30), capaz de nos representar diante de Deus, e dar sua vida como um sacrifício pelos nossos pecados. Ele, sendo homem, pôde pegar pelo pecado do homem e nos levar a Deus.
Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 129-130.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em abril/2007.
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