Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Temos mostrado a partir de Hebreus 8:6-13 que o antigo e o novo pacto não são dois pactos separados e diferentes. Em todos os pontos essenciais eles são o mesmo.
As diferenças entre eles são somente no que chamamos administração, ou detalhes administrativos. É somente com respeito a esses detalhes que um é “antigo” e o outro “novo,” e que o antigo pereceu e desapareceu. Um novo Presidente é uma mudança de administração, e, portanto, é um novo governo nesse sentido limitado, não uma mudança no tipo de governo ou de constituição.
Como, então, o antigo e o novo pacto são diferentes? De acordo com Hebreus 8, de três formas:
Primeiro, existe uma mudança de mediador (v. 6). Cristo substitui Moisés. Contudo, essa não é a diferença essencial, pois Moisés era um tipo de Cristo. Em Hebreus 3:5, Moisés é chamado até mesmo de um “testemunho das coisas que haviam de ser anunciadas.” Também, em Deuteronômio 18:15, o próprio Moisés fala de Cristo como um “Profeta … semelhante a mim.” Essa diferença, portanto, é apenas administrativa.
Segundo, existe também uma mudança na forma como a lei é escrita (Hb. 8:10). Como mencionamos nos outros artigos, a lei em si não foi abolida; ela foi simbolicamente reescrita nas tábuas de carne do coração, em lugar das tábuas de pedra. Isso, também, é uma mudança administrativa, embora tenha grande significância para o crente do Novo Testamento. Algo reescrito não é algo diferente e separado daquilo que foi anteriormente escrito.
Esse segundo ponto é especialmente importante porque tanto em Deuteronômio 4:13, como em Hebreus 8:10, a entrega da lei é chamada de a entrega do pacto. Uma pessoa não pode, então, argumentar que embora a lei seja a mesma, os pactos são diferentes. Eles são identificados tanto em Deuteronômio como em Hebreus.
Terceiro, o novo pacto também traz uma revelação mais plena e completa. Isso é sobre o que Hebreus 8:11 está falando. Essa revelação mais plena é tal que todos do povo de Deus conhecem o Mediador diretamente, e não mais através da intervenção de mediadores terrenos. No novo pacto, não há a necessidade de mestres como os sacerdotes e os levitas do Antigo Testamento (veja Ml. 2:6-7 para prova de que eles, especialmente, eram os mestres do Antigo Testamento).
Existe também uma mudança administrativa. O novo pacto não traz uma nova (diferente e separada) revelação de Deus, mas uma revelação melhor (Hb. 8:6), isto é, uma que é completa e que revela as realidades apenas profetizadas sob o antigo pacto.
Existe somente um pacto de Deus: o pacto eterno.
Fonte (original): Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 181-182.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em fevereiro/2007.
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