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O Pacto com Adão

Rev. Ronald Hanko

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1

Há somente uma passagem da Escritura que fala explicitamente de um pacto com Adão, que é Oséias 6:7: “Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim.” A palavra homens2 no versículo 7 significa “homem” ou “Adão” (é a mesma palavra no hebraico). Não importa como alguém a traduza, o versículo fala de um pacto com Adão referindo-se a um pacto que Adão transgrediu pessoalmente, ou que a humanidade transgrediu nele.

Cremos que esse pacto com Adão não foi um pacto separado, mas a primeira revelação de um único pacto eterno de graça. Certamente, se o pacto é eterno, pode existir apenas um pacto, e Adão, também, estava nesse pacto.

A primeira revelação do pacto mostrou tudo o que é o pacto. Nele Deus relevou que ele é o Amigo divino do seu povo e que vive com eles em bendita comunhão. Na primeira revelação do pacto, Deus revelou o chamado do homem no pacto, o chamado para viver em obediência por gratidão, e não para merecer algo.

Que essa foi apenas uma revelação do único pacto é claro a partir do fato que a Escritura fala de sermos reconciliados com Deus após Adão ter transgredido (II Co. 5:18-21). A palavra reconciliação é uma palavra muito pactual e implica não somente uma relação prévia que foi danificada, mas implica também que a relação não foi completamente destruída. É possível falar de reconciliação somente onde a relação prévia não foi inteiramente arruinada, e onde ela está sendinase outra base sobre a qual o Deus eterno pode tratar conosco.im a relacao devia sua propria o restaurada e renovada.

Se não fosse assim, falaríamos de Deus ficando frustrado e tendo que mudar. Seu primeiro pacto e propósito teriam sido absolutamente arruinados, e ele teria sido frustrado, tendo que mudar seu propósito, e sendo forçado a começar desde o começo um novo pacto.

Como o pacto com Adão—antes dele cair em pecado—poderia ser um pacto de graça? Deveríamos lembrar que graça é favor imerecido. Tudo que Adão era e tudo o que ele tinha eram favor imerecido de Deus. O que Adão fez para merecer algo quando Deus estabeleceu seu pacto com ele? O que ele poderia alguma vez ter feito para merecer algo da parte de Deus, quando devia sua própria existência a ele?

Foi a graça, também, que manteve a relação pactual e assegurou que ela não seria destruída pela queda de Adão. Tão logo Adão caiu em pecado, Deus veio até ele e colocou inimizade entre o diabo e a mulher, renovando assim a relação pactual de amizade entre ele mesmo e Adão (Gn. 3:15). Nossos “primeiros pais” tinham escolhido a amizade do diabo, mas Deus, que os tinha escolhido para serem seus, não permitiria que eles continuassem como amigos de Satanás. Para que esse pacto pudesse continuar, ele vestiu-os com peles de animais, oferecendo ele mesmo o primeiro sacrifício e apontando para Cristo, que haveria de vir (v. 21).

Os tratamentos de Deus com o seu povo são sempre e somente pela graça. Não existe outra base sobre a qual o Deus eterno pode tratar conosco.

Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 168-169.

1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em fevereiro/2007.

2Nota do tradutor: Na versão do autor lemos: “Mas como homens eles transgrediram a aliança …” A nota de rodapé da NVI apresenta a tradução alternativa “como homens.”

Para material Reformado adicional em Português, por favor, clique aqui

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