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Evangelismo e a Fé Reformada

 

Rev. Ronald Hanko

 

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1

 

Vários dos nossos leitores solicitaram uma perspectiva Reformada sobre o evangelismo. Visto que esse é um assunto importante, esperamos gastar várias edições2 sobre o mesmo.

 

Então, em primeiro lugar, estejamos certos que a fé Reformada não fica constrangida com o evangelismo. Os dois não são incompatíveis. Na verdade, a fé Reformada e as igrejas Reformadas possuem o único fundamento real para o evangelismo. São as doutrinas Reformadas da eleição incondicional soberana, da expiação limitada e da graça irresistível que dão uma razão para fazer evangelismo e para esperar frutos nessa grande obra.

 

Pense nisso dessa forma: como pode haver alguma esperança de pecadores perdidos serem salvos por meio do evangelismo, se a salvação depende do livre-arbítrio deles? Homens e mulheres pecaminosos têm dificuldade de escolher que sapatos calçarão quando se arrumando pela manhã. Como então eles escolheriam ser salvos, especialmente se estão verdadeiramente perdidos? Como pecadores cujas mentes estão obscurecidas pelo pecado (II Co. 4:4), e em inimizade contra Deus (Rm. 8:7), chegam ao conhecimento da verdade, senão pela graça soberana e eficaz, iluminando suas mentes e concedendo-lhes gratuitamente tudo da sua salvação?

 

É aqui em primeiro lugar, portanto, que o evangelismo Reformado é único. Ele fornece a verdadeira base bíblica para o evangelismo. Ele não crê que Deus ama e deseja a salvação de todos, que Ele enviou Cristo para morrer por todos sem exceção, e que agora depende da livre escolha do homem se ele será salvo ou não.

 

Antes, a fé Reformada ensina que Deus escolhe quem será salvo (Jo. 1:12-13; 15:16; Rm. 9:16; Fp. 2:13; Tg. 1:18) de acordo com Seu eterno amor por eles em Cristo; que Ele providenciou salvação para eles na morte de Cristo sobre a cruz (Gl. 6:14; Cl. 1:21-22) e que Ele poderosa e infalivelmente dá-lhes essa salvação pela obra e graça irresistível do Espírito Santo (Jo. 6:37, 44; Ef. 2:8-10). Assim, no evangelismo Reformado há a esperança segura que esses serão salvos. Não existe tal esperança no ensino que a salvação depende do querer ou correr do homem.

 

Mas como a pregação do evangelho se encaixa nisso? Isso não torna a pregação do evangelho desnecessária, conforme a acusação de alguns? Afinal, evangelismo tem a ver com a pregação do evangelho. Isso é o que a palavra “evangelismo” significa.

 

Ao responder essas questões, a fé Reformada ensina duas coisas sobre a pregação do evangelho. Primeiro, ela insiste, como a Escritura também, que o evangelho é o meio que Deus usa para encontrar os Seus eleitos (Atos 14:47-48) e trazê-los à fé salvadora em Cristo e assim à salvação. Em segundo lugar, a fé Reformada ensina que o evangelho como meio é poderoso. Esse poder pelo qual os homens se arrependem e crêem não reside no pecador ou em sua vontade, mas no evangelho. Por ele os pecadores são poderosamente chamados (Rm. 10:17), recebem arrependimento e fé (Atos 11:18), têm sua mente e vontade mudada, e são assim soberana, irresistível e docemente atraídos a Cristo (Rm. 1:16; I Co. 1:18, 24).

 

É a doutrina do livre-arbítrio, portanto, que destrói o evangelismo. O ensino que Deus ama todos os homens simplesmente reassegura aos pecadores que tudo está bem com eles. A idéia que Cristo morreu por eles somente confirma-os na noção equivocada que sua situação não é de desespero. Dizer que eles têm a escolha crítica em sua própria salvação—que Deus depende e espera por eles—apenas os estabelece em sua rebelião contra Deus e ensina-os que eles são como deuses! Isso não faz nada pela salvação de pecadores perdidos!

 

Parte II

 

Nessa edição continuaremos a dar uma perspectiva Reformada sobre o evangelismo. Enfatizamos dessa vez a importante verdade que o evangelismo é nada mais ou menos que a pregação do evangelho! Se estivermos pregando o evangelho, estaremos fazendo evangelismo fielmente.

 

Embora seja algo óbvio, muitos têm esquecido isso. Assim, eles falam sem fim sobre métodos evangelísticos e gastam grande tempo traçando esquemas complicados e caros de evangelismo para as suas igrejas. Nunca parece entrar na mente deles que evangelismo significa pregação.

 

Crendo que evangelismo é a pregação do evangelho, rejeitamos a prática terrível, embora velha, de separar a noite de todo Dia do Senhor para uma mensagem evangelística—ensino na manhã, evangelismo à noite. Não há nada bíblico nessa prática.

 

À parte do fato que tais cultos evangelísticos tendem a degenerar-se em cultos onde a mesma mensagem é ouvida semana após semana, mas toda vez “agarrada” a um texto diferente, para o extremo aborrecimento e frustração daqueles que desejam aprender a verdade, essa prática tem esquecido a simples verdade que toda pregação do evangelho é evangelismo. Não importa sobre qual passagem da Escritura uma pessoa esteja pregando, se ele está pregando apropriadamente, tal pessoa está pregando o evangelho. Não existe tal coisa como uma mensagem “evangelística” especial.

 

Contudo, talvez cristãos e ministros cristãos tenham esquecido ou não entendem que toda a Escritura revela Cristo e, portanto, é o evangelho no sentido mais pleno da palavra (Jo. 5:38-39). Se a Escritura é propriamente pregada, Cristo é pregado. Se Cristo está sendo pregado, o evangelho está sendo pregado. E se o evangelho está sendo pregado, então pecadores serão salvos por ele. Esse é o meio apontado por Deus para a salvação deles.

 

Tememos que a prática de ter cultos “evangelísticos” denuncia uma falta de confiança no evangelho como o meio que Deus escolheu usar para a salvação dos Seus. Assim, tais cultos tendem a se tornarem tentativas de despertar emoções, amedontrar as pessoas, ou produzir algum tipo de “decisão.” Certamente há pouco da Palavra de Deus exposta em tais cultos e ainda menos dependência do Espírito Santo para produzir fruto.

 

Mas há outras razões pelas quais é errado devotar um culto de todo Domingo para pregar aos incrédulos. Isso denuncia uma visão errônea da igreja, como se a igreja fosse ordinariamente um lugar para incrédulos, e ignora o ensino de I Coríntios 14:23. Ali a Palavra sugere que não é uma coisa normal, mas sim excepcional um incrédulo comparecer aos cultos de adoração. A igreja é para os crentes e os seus filhos.

 

Existe outro problema aqui também. É a idéia que a obra de evangelismo cessa tão logo alguém “seja salvo.” Se evangelismo é pregar o evangelho, e se pregar o evangelho é pregar e ensinar “todo o conselho de Deus,” então a obra de evangelismo terá apenas começado quando uma pessoa se arrepende e crê. Nesse ponto ele ainda precisará pela pregação do evangelho—evangelismo—ter o caminho de Deus exposto mais perfeitamente (Atos 18:26) e ser arraigado e edificado na verdade (Cl. 2:6-7). Esse aspecto do evangelismo é quase inteiramente negligenciado hoje.

 

Isso não significa, contudo, que não existe diferença entre pregar o evangelho na igreja e àqueles que estão fora da igreja, ou que o povo Reformado crê somente na pregação do evangelho dentro da igreja. O evangelho deve ser pregado em todo lugar que Deus em Seu beneplácito o envia!

 

 

Parte III

 

Temos estabelecido o fato que evangelismo é nada mais nem menos que a pregação do evangelho. Que isso é o que a palavra “evangelismo” significa. Disso segue-se que toda pregação do evangelho é evangelismo, incluindo a pregação àqueles que já foram salvos, os membros da igreja. Esse aspecto do evangelismo é quase inteiramente negligenciado hoje, de forma que o povo de Deus é destruído por falta de conhecimento (Oséias 4:6).

 

Temos estabelecido também o fato que a pregação do evangelho é pregação de “todo o conselho de Deus,” isto é, toda a Escritura. Não há, portanto, tal coisa como, nem qualquer necessidade de uma mensagem “evangélica” especial ou culto “evangelístico,” especialmente quando isso é nada mais que discursar para pecadores ou pressioná-los a alguma decisão.

 

Adicionaríamos que o chamado ao arrependimento e fé não é apenas para os incrédulos. Aqueles que já foram salvos precisam ouvir esse chamado para que eles também se voltem dos seus pecados (e eles cometem pecado enquanto estiverem nesse corpo de carne) e para que sua fé seja estimulada e fortalecida. Isso também é parte do verdadeiro evangelismo.

 

Com isso em mente não há nenhuma necessidade para o pregador dividir a congregação em grupos em sua mente ou em sua pregação, dirigindo parte de sua pregação a um grupo e parte a outro. TODOS os ouvintes precisam ouvir o que Deus o Senhor diz numa passagem particular de Sua Palavra. Não existe nenhuma mensagem para a igreja e outra para o mundo, uma para o “não convertido” e outra para aqueles que estão “salvos e seguros” (como certo pregador certa vez colocou).

 

Mesmo as promessas do evangelho, embora digam respeito e sejam somente para aqueles que se arrependem e crêem, devem ser ouvidas por todos, se por nenhuma outra razão, para que a condenação deles possa ser maior quando não crêem. A verdadeira pregação do evangelho é a exposição da Palavra de Deus, incluindo seu solene chamado ao arrependimento e fé, a TODOS os que ouvem.

 

Nessa conexão desejamos enfatizar aqui que a fé Reformada crê na pregação do evangelho àqueles que estão fora da igreja, bem como àqueles que já foram salvos e são membros da igreja, aos pagãos bem como aos cristãos. Aqui também a fé Reformada não é inimiga do evangelismo.

 

Mesmo aqui, contudo, o evangelismo não pode ser limitado àqueles que nunca ouviram o evangelho. Aqueles que têm ouvido e se apartado, aqueles que fazem uma profissão do Cristianismo mas não conhecem a Palavra de Deus e aqueles que são membros de igrejas onde o evangelho não é pregado ou não é pregado puramente, são também os objetos do evangelismo. Quando Jesus falou dos campos estarem brancos para a colheita, Ele estava pensando especialmente nas multidões que estavam espalhadas e desfalecendo, como ovelhas que não têm pastor (Mt. 9:36-38).

 

Aquilo ao que a fé Reformada se opõe é a pregação de mentiras—que Deus ama todo o mundo e deseja salvar todos, deixando a impressão que tudo está bem com os incrédulos. Ela é inimiga da idéia que as promessas do evangelho são para todos (observe: elas devem ser pregadas a todos, mas não são PARA todos). As coisas prometidas são apenas para aqueles que se arrependem e crêem sob a pregação do evangelho, não para todos incondicionalmente. Pregar outra coisa é dar falsa esperança àqueles que não crêem e sugerir que Deus é incapaz diante da incredulidade contínua. Isso o evangelismo Reformado não pode e não fará!

 

Parte IV

 

Temos estado enfatizando a verdade que o evangelismo é nada mais nem menos que a pregação do evangelho. Se isso é verdade, então TODA pregação do evangelho é, estritamente falando, evangelismo, quer seja aos pagãos, às ovelhas dispersas de igrejas apóstatas, ou à congregação do povo de Deus.

 

Evangelismo pode ser descrito, contudo, como pregar o evangelho àqueles que estão fora da igreja verdadeira, visando à salvação deles. Existe uma diferença entre pregar o evangelho na igreja e àqueles fora dela, a cristãos e pagãos, quer aos pagãos vivendo em países estrangeiros que nunca ouviram o evangelho, ou a pagãos que são tão numerosos em nossos países ocidentais onde o evangelho tem sido pregado por muitos anos. Essas diferenças, embora importantes, não são essenciais.

 

As diferenças, cremos, são três.

 

Primeiro, na pregação àqueles que nunca ouviram o evangelho antes, a mensagem deve ser simplificada e pregada de tal forma que aqueles que ouvem entendam claramente o que o evangelista está dizendo. Isso é especialmente difícil quando pregando a pagãos que nunca ouviram sobre pecado, graça, redenção e tantas outras verdades do evangelho.

 

Lembremos aqui que Jesus, quando Ele pregou ao povo, o fez em parábolas, de forma que mesmo aqueles que continuassem descrendo ouvissem e vissem o que Jesus estava dizendo. Assim, em Suas parábolas Ele usou ilustrações tomadas da vida diária para tornar as verdades do evangelho tão claras quanto possível a eles.

 

Segundo, esse tipo de pregação do evangelho abordará a audiência como pessoas não-salvas, mostrando-lhes a necessidade de arrependimento e fé em Jesus Cristo como o único caminho de salvação. O pregador rogará e persuadirá aqueles que ouvem, pressionando sobre eles as demandas do evangelho e a urgência de sua própria necessidade (II Co. 5:18-21; cf. também Mt. 3:7-12).

 

Contudo, não existe nenhuma diferença essencial na mensagem que é pregada a incrédulos professos e à igreja. A diferença está na audiência e na necessidade dela, e no objetivo da pregação (salvar os perdidos). Isso afetará em certa extensão a apresentação e ênfase da mensagem, mas é o evangelho que deve ser pregado.

 

De fato, devemos ver que mesmo na pregação aos pagãos e incrédulos, todo o conselho de Deus deve ser pregado, incluindo a predestinação, expiação limitada, a Trindade, criação, providência e todas as outras verdades da Escritura. Jesus e os apóstolos pregaram essas verdades mesmo àqueles que não eram salvos (Jo. 10:11; Atos 2:23; 13:17; 14:15-17). Devemos continuar a pregá-las hoje.

 

Essas verdades são freqüentemente bem negligenciadas na pregação missionária e mesmo rejeitadas como inapropriadas para serem pregadas aos perdidos. Isso não é apenas contrário ao exemplo de Jesus e os apóstolos, mas elimina o cerne da mensagem do evangelho, isto é, que DEUS estava em Cristo reconciliando o mundo consigo (II Co. 5:19).

 

Terceiro, a pregação missionária envolve sair para pregar aos perdidos (Mt. 28:19). Já apontamos que a igreja é vista na Escritura como a reunião dos crentes e seus filhos, e que a presença de incrédulos é considerada como algo incomum e excepcional (I Co. 14:23). Portanto, a igreja não deve tentar desempenhar seu chamado para se engajar em missões mantendo um “culto evangelístico” a cada noite do Dia do Senhor.

 

Parte V

 

Temos enfatizado que evangelismo é a pregação do evangelho e que, quer na igreja ou em missões, é todo o evangelho—todo o conselho de Deus—que deve ser pregado (Atos 20:26-27). É errado negligenciar certas verdades reveladas ou sugerir que elas são um obstáculo ao evangelismo.

 

O evangelismo Reformado, contudo, não somente prega a soberania de Deus e as doutrinas da graça, mas é controlado por elas também. Já vimos como as doutrinas da graça controlam a mensagem evangelística visto requerer uma mensagem que não declara um Cristo para todos, nem uma vontade de Deus para salvar todos, ou um amor universal de Deus.

 

A soberania de Deus também controla os objetivos e métodos do evangelismo. Por um lado, a soberania de Deus manda limitar os meios de evangelismo à pregação. Tão importante quanto tais coisas possam ser, obra medicinal, educação, construções e agricultura não são evangelismo, e não constituem o chamado da igreja no que concerne ao seu engajamento em evangelismo. Na Escritura não existem tais coisas como missionários médicos ou agricultores. Essas coisas podem e mesmo devem ser feitas juntamente com a obra de evangelismo, mas não são a obra da igreja, nem alguém deve ser ordenado e enviado pela igreja para fazê-las.

 

Assim, também, enfatizaríamos a verdade bíblica que o evangelismo é a obra da igreja, não de sociedades ou entidades missionárias. O mandamento para pregar o evangelho é um mandamento que Cristo deu à Sua igreja e a ninguém mais (Mt. 28:19-20).

 

E, visto que a Escritura ensina que o evangelismo, a pregação do evangelho, é a obra de homens ordenados, não há lugar para missionárias. Achamos muito curioso que igrejas que nunca permitiriam mulheres pregarem ou terem ofício onde moram, não vêem nada errado em enviá-las como missionárias para pregar o evangelho aos pagãos.

 

Todavia, a soberania de Deus não controla o evangelismo apenas requerendo a pregação como o meio de evangelismo ordenado por Deus. A doutrina da soberania de Deus controla até mesmo os objetivos do evangelismo.

 

Por exemplo, uma igreja que crê na eleição não deveria pensar que o objetivo e propósito do evangelismo é “dar a todos uma chance.” Nesse caso, seu objetivo no evangelismo contradiz as verdades da predestinação e expiação limitada que ela confessa.

 

Nem é o objetivo do evangelismo salvar todo o mundo. Ao pregar o evangelho tanto na igreja como no campo missionário, o evangelista (pregador) deve entender que a pregação tem um propósito duplo. Esse propósito é a salvação dos eleitos de Deus e o endurecimento e condenação do restante (Rm. 9:18; 11:7; II Co. 2:14-17).

 

Aqueles que não estão dispostos a pregar o evangelho nesses termos não deveriam se engajar na obra. Na verdade, Paulo sugere (II Co. 2:14-17) que a ignorância desse propósito duplo da pregação é a razão de muitos corromperem a palavra de Deus como elas fazem hoje: ocultando, negligenciando ou rejeitando certas verdades da Escritura em seu evangelismo.

 

O objetivo do evangelismo nem mesmo é pregar a todos. Tanto no Antigo como no Novo Testamento o evangelho é enviado por Deus quando e onde Ele quer (Atos 16:6-8). Existem aqueles que colocam um fardo pesado de culpa sobre a igreja sugerindo que ela não está cumprindo o seu chamado enquanto o evangelho não for pregado a todo ser vivo, quando o Senhor não deu nem a oportunidade nem os meios para fazê-lo. Isso é errado. Nosso Deus soberano determina também quando e onde o evangelho será pregado.

 

 

 

Parte VI

 

Nessa última seção sobre evangelismo Reformado existem várias coisas que desejamos enfatizar.

 

Primeiro e em conexão com a nossa última seção, desejamos apontar que o evangelismo é o chamado da igreja e deve ser perseguido vigorosamente, tanto dentro como fora da igreja. O fato que Deus não deseja a salvação de todos os homens sem exceção e que o evangelho por toda a história é pregado somente quando e onde Deus quer, não deveria limitar a igreja ou fazer com que ela negligencie sua obra.

 

Na obra do evangelismo a igreja de Jesus Cristo, em obediência ao Seu mandamento, para a glória de Deus, e para a salvação dos eleitos de Deus, deve buscar e orar: pela oportunidade de pregar o evangelho (Cl. 4:3-4; II Ts. 3:1), por homens para pregá-lo (Mt. 9:37-38) e por fruto na obra da pregação (Rm. 10:1). E, quando Deus graciosamente dá os meios, homens e a oportunidade, então ela deve usar essa oportunidade ao máximo.

 

Na verdade, a oportunidade para pregar o evangelho (mencionada na Escritura como uma “porta aberta;” Ap. 3:8) é vista como uma das bênçãos que Deus em Cristo dá à igreja quando ela é fiel. Que desgraça se a igreja despreza essa bênção de Deus!

 

Segundo, desejamos esclarecer o que dissemos na seção anterior sobre evangelismo como a obra da igreja. Se é o chamado da igreja fazer evangelismo e se engajar em missões, então é o seu chamado também sustentar aqueles que são enviados para fazer essa obra. Os missionários e evangelistas são pregadores do evangelho e é aos pregadores do evangelho, onde quer que trabalhem, que a Escritura se refere em passagens tais como I Co. 9:7-14. Abominamos a prática, comum em tantos lugares, de enviar os pregadores missionários para conseguirem o seu próprio sustento. Assim também, se a obra missionária é a obra da igreja, é o chamado da igreja fornecer esse sustento, não das sociedades ou entidades missionárias.

 

Terceiro, precisamos enfatizar o fato que visto o evangelismo ser a obra da igreja, todos os crentes têm uma parte importante nessa obra, embora eles mesmos não preguem. Eles têm o chamado importante de orar pela obra, sustentá-la dessa forma e com os seus bens, e serem eles mesmos testemunhas da verdade em toda a sua vida. Sem fidelidade da parte do povo de Deus, nenhuma obra de evangelismo pode prosperar.

 

Portanto, possa essa obra importante e necessária ser feita fielmente, e possa Deus adicionar Sua bênção indispensável a ela.

1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em junho/2008.

2

Covenant Reformed News, volume 5, issues 18-22.

Para material Reformado adicional em Português, por favor, clique aqui

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