Thomas Miersma
Tradução: Marcelo Herberts
Jesus disse: “Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (João 8:11).
Jesus disse essas palavras a uma mulher flagrada em adultério, pega no ato do pecado. Quando os líderes da comunidade confrontaram Jesus usando ela, procuravam tentar Jesus. Porque segundo a lei uma pessoa dessas deveria ser apedrejada até a morte. Jesus virou o feitiço contra o feiticeiro e lhes disse “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela” (João 8:7).
A verdade é que toda e qualquer pessoa tem esse pecado enraizado em seu coração. Jesus havia dito em Sua pregação, “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás.’ Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mateus 5:28). Ninguém está livre da raiz deste pecado, “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23). Isso não é menos verdade com respeito ao pecado do adultério. Jesus veio para “chamar pecadores ao arrependimento” e conceder o perdão dos pecados. Como juiz, Ele perdoou a mulher flagrada em adultério.
Mas esse não é o fim da questão. O perdão nunca significa que estamos agora livres para continuar no pecado ou voltar a ele. Jesus disse à mulher pega em adultério “vai e não peques mais” (João 8:11). A graça do perdão opera considerando a vida da pessoa perdoada num sincero arrependimento e abandono do pecado.
Isso tem muito a dizer acerca do casamento, divórcio e recasamento. Jesus ensina, “Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe” (Mateus 19:6). Divórcio, como temos visto, é pecado aos olhos de Jesus. A única exceção em que Jesus permite o divórcio é quando o adultério já corrompeu o casamento.
Além do mais, Jesus condena todo e qualquer recasamento após o divórcio como sendo adultério. Ele não apenas se refere ao recasamento como um ato passado de adultério, mas como uma relação de contínuo adultério. Arrependimento sincero requer um abandono desses pecados e uma interrupção dos mesmos, tal que “vai e não peques mais” (João 8:11). Jesus chama o homem à sincera fidelidade a essa ligação vitalícia do casamento debaixo de todas as circunstâncias.
Casamento é um privilégio, uma boa dádiva de Deus. Por conta dos seus pecados, o homem corrompe a tal ponto esse privilégio que é possível perdê-lo por completo. Um crente pode muito bem ser chamado a viver na condição de solteiro, ser um eunuco “por causa do Reino dos céus” (Mateus 19:12). Mesmo com respeito às vítimas de divórcio Jesus diz que “ela tem um mandamento, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido” (I Coríntios 7:11).
Essa é a doutrina de Jesus. A Bíblia nunca ensina outra doutrina. Jesus disse, “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14:15). Mas isso significa, como Jesus disse, que “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8:34; Lucas 9:23). Jesus disse acerca da Sua doutrina do casamento, “Nem todos têm condições de aceitar esta palavra; somente aqueles a quem isso é dado” (Mateus 19:11). Um casamento piedoso é impossível a partir do esforço humano. A manutenção da promessa quanto aos votos de casamento é pela graça somente. Alguém confiar em sua própria capacidade de manter a promessa do voto de casamento é uma forma de viver alheio à salvação pela força e obra pessoais. Debaixo da graça de Deus em Cristo somente é possível conduzir um casamento piedoso.
Você conhece essa graça todo-suficiente? Você caminha nela em seu chamado no casamento?
Fonte: What Jesus said about, Rev. Thomas Miersma, cap. 32.
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