Thomas Miersma
Tradução: Marcelo Herberts
Jesus disse: “Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério” (Lucas 16:18, RA).
Pelas suas palavras, Jesus expressa que o recasamento entre pessoas divorciadas é adultério. É adultério porque o casamento é um laço permanente, perpétuo, rompido apenas pela morte. O único caso em que a Palavra de Deus permite o recasamento é quando o cônjuge morre (Mateus 19:6; Romanos 7:1-3). Em todas as passagens em que fala sobre essa questão, Jesus se refere ao recasamento de pessoas divorciadas como sendo “adultério.”
Assim, divórcio é pecado. Jesus faz apenas uma exceção, “não sendo por causa de relações sexuais ilícitas” (Mateus 19:9). Note que ao dar essa permissão Jesus está dando a única justificativa para o divórcio e não um fundamento para o recasamento. O texto não diz: “Quem repudiar sua mulher … e casar com outra … não sendo por causa de relações sexuais ilícitas.” Mesmo em tal caso, Jesus não estaria permitindo o recasamento. Acerca do recasamento, ele diz: “… e casar com outra mulher comete adultério” (Mateus 19:9). E com relação à esposa, seja culpada ou vítima inocente, ele diz: “… e o que casar com a repudiada comete adultério” (Lucas 16:18).
Portanto, Jesus deixa claro que o divórcio não dissolve o casamento original. Logo, o recasamento é sempre chamado de “adultério.” Além disso, as palavras de Jesus deixam claro que não é simplesmente o ato de recasar que é adultério, mas que a relação do recasamento em si é um estado de adultério, um constante caminhar no pecado. Pecado e divórcio podem separar pessoas casadas. Eles não dão a ambas as pessoas o direito de casaram novamente com outras pessoas.
A doutrina dos apóstolos não é diferente. Nós lemos, “Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher” (I Coríntios 7:10-11). No contexto em que o apóstolo fala daqueles que nunca casaram, ou que são virgens, ele diz, “mas, se te casares, com isto não pecas” (I Coríntios 7:28). Mas ele também diz, a fim de que não haja nenhuma confusão: “Estás casado? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento” (I Coríntios 7:27). A exortação àquele que está divorciado é que permaneça solteiro ou que procure reconciliação com a sua esposa.
Casamento é um privilégio, uma boa dádiva de Deus. O homem, pelos seus pecados, corrompe o casamento a tal ponto que é possível encontrar alguém numa situação em que Deus retirou o privilégio de se casar. Deus chama alguns para serem eunucos “por causa do reino dos Céus” (Mateus 19:12).
E quanto a uma vítima inocente abandonada e divorciada por um(a) esposo(a) incrédulo? “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz” (I Coríntios 7:15). O crente casado, abandonado por um incrédulo, pode viver em paz com a vontade de Deus. Por “sujeito à servidão” o apóstolo quer dizer que neste caso o crente não está preso ao pecado. Ele não diz que essa pessoa não está “ligada” ao casamento, mas que não está “sujeito à servidão,” isto é, sujeita ao pecado do divórcio ilegítimo. A ligação do casamento não é servidão. O pecado é que é servidão. O apóstolo não contradiz as palavras de Jesus ou aquilo que ele mesmo disse acerca de permanecer descasado ou reconciliar-se (I Coríntios 7:11), isto é, que recasar é proibido e é um adultério.
Você crê neste Jesus? E a sua igreja? O seu casamento reflete isso?
Fonte: What Jesus said about, Rev. Thomas Miersma, cap. 31.
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