Thomas Miersma
Tradução: Marcelo Herberts
Jesus disse: “Isto é o meu sangue da nova aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados” (Mateus 26:28).
Por essas palavras Jesus não apenas descreve o cálice da comunhão como um testamento do Seu sangue, mas também nos direciona à natureza do perdão de pecados feito por Deus. Perdão envolve a remissão de uma dívida, colocar ela de lado como se tivesse sido plenamente paga por alguém que não pode pagar. Jesus nos ensina a orar por essa bênção quando nos ensina a orar “perdoa as nossas dívidas” (Mateus 6:12), e a orar “perdoa-nos os nossos pecados” (Lucas 11:4).
Pecado é a violação da vontade santa de Deus. É uma transgressão da sua lei moral. O pecado faz o homem culpado diante do trono do julgamento de Deus tal como um devedor que deve a Deus a obediência que não ofereceu e merece, pelo mal que tem feito, Sua justa ira. O homem é um devedor, confinado ao cárcere do pecado. Pecado não é apenas o que fazemos, dizemos ou pensamos; somos por nós mesmos pecadores. A nossa própria natureza está corrompida em desobediência. Nós não podemos nem mesmo pagar a dívida. Ela precisa ser quitada por alguém outro, ninguém menos que Jesus Cristo. A punição pelo pecado, que é a morte eterna, precisa ser executada.
Jesus veio “para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20:28). O preço desse resgate é a morte, tanto do corpo como da alma. Jesus veio a fim de pagar o resgate pelos “muitos” que constituem o Seu povo, entregando a sua vida pelas suas ovelhas. Sobre o fundamento desse resgate a dívida é paga e Deus perdoa os pecados. O fundamento deste perdão encontra-se somente em Cristo. As nossas obras não adicionam nada a isso. Deus deu a Cristo autoridade divina (como aquele por quem ele, Deus, irá julgar o mundo) em seu nome, para perdoar pecados. Portanto, Jesus declara ao seu povo: “Os seus pecados estão perdoados” (Lucas 5:20; 7:48). Através da Sua palavra, Jesus declara que Deus desconsidera em Sua mente as nossas dívidas de pecado e culpa, e não se lembra mais delas. Por meio da sua Palavra Jesus limpa a consciência atribulada e verdadeiramente liberta o pecador culpado e oprimido.
Para realizar essa obra, Jesus veio tanto para morrer como para chamar “… pecadores ao arrependimento” (Lucas 5:32). Arrependimento, sofrimento pelo pecado e sua confissão são os meios pelos quais Deus, em Cristo, concede essa bênção. Nós não somos perdoados porque nos arrependemos ou cremos, mas através desses meios, porque Cristo suscita fé e arrependimento pelo poder da Sua graça em Seu povo. Ele verdadeiramente chama “… pecadores ao arrependimento” (Lucas 5:32), revelando diante dos olhos de um homem seu pecado e operando uma contrição sincera perante Deus. Então o pecador vem a Cristo. Para os cansados e sobrecarregados Ele diz: “Eu lhes darei descanso” (Mateus 11:28). Ele anuncia esse chamado ao arrependimento e fé, junto da promessa ao Seu povo “Os seus pecados estão perdoados,” pela pregação do evangelho. Faz parte do propósito da Sua obra “que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações” (Lucas 20:47). Por Sua graça irresistível suas ovelhas, em sofrimento pelos seus pecados, ouvem a Sua voz através da Palavra pregada, “Seus pecados estão perdoados … sua fé a salvou; vá em paz” (Lucas 7:48, 50).
Fonte: What Jesus said about, Rev. Thomas Miersma, cap. 13.
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