Rev. Angus Stewart
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
No Credo Apostólico, o cristão confessa: “Creio na santa igreja católica.” A santidade da igreja é ensinada em Efésios 5:25-27: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”
A santidade da igreja não se refere à sua liturgia ou cerimônias imponentes, nem à sua arquitetura impressionante. Nem a igreja é santa por causa de sua história venerável, ou sua ligação com personagens santos do passado.
As pessoas são a igreja: pessoas escolhidas em Cristo “antes da fundação do mundo” (1:4), redimidas pelo sangue da cruz (5:25) e chamadas para ser “santos” (1:1). Assim, a igreja não é santa porque tem uns poucos membros santos, tais como ministros, presbíteros ou diáconos, mas por causa da santidade de todos os seus membros crentes: oficiais, crianças, trabalhadores, viúvas e idosos piedosos.
A santidade de um crente é sua separação espiritual do mundo ímpio e consagração ao Deus Triúno somente. Da mesma forma, a santidade da igreja (a comunidade dos crentes) é sua pureza real e espiritual; sua devoção a Cristo, seu cabeça e esposo (5:24), em amor. Assim, a santidade é a essência da igreja: sem santidade, nenhuma igreja.
A santidade da igreja é atacada. Ela está sob pressão para se conformar ao mundo em seu pensamento e estilo de vida (Rm. 12:1-2). O ecumenismo anti-bíblico é proibido para a igreja verdadeira: “Devias tu ajudar ao ímpio, e amar aqueles que odeiam ao SENHOR?” (2 Crônicas 19:2). A falsa doutrina é a inimiga da santidade da igreja, pois a pregação de “outro evangelho,” de “outro Jesus,” por “outro espírito”, corrompe a igreja (2 Coríntios 11:3-4).
Deus ordenou que a santidade da igreja fosse preservada (em parte) através da disciplina daqueles cuja doutrina é contrária aos credos da igreja, ou cujo estilo de vida é perverso. Onde o caminho de Deus, mediante a disciplina eclesiástica, é rejeitado, a igreja inteira se corromperá, pois “um pouco de fermento faz levedar toda a massa” (1Co. 5:6).
A santidade da igreja é principalmente trabalhada e mantida através da pregação pura do evangelho de Cristo, simbolizado e selado nos dois sacramentos do batismo e da Ceia do Senhor. Efésios 5 apresenta a igreja como a noiva de Cristo, o pecado como sujeira, e ensina que Cristo santifica e purifica sua igreja “com a lavagem da água, pela palavra” (26). Mediante a pregação pura, Cristo não somente ensina o que a verdadeira santidade é e nos chama a ser santos, mas dessa forma opera também santidade em seus membros pelo Espírito Santo.
Cristo chama sua igreja a ser “sujeita” a ele “em tudo” (24). A congregação instituída deve obedecer a Cristo na pregação fiel, na administração dos sacramentos, disciplina, adoração e governo. Sem isso, a confissão da igreja de Cristo como o Senhor é hipocrisia. Similarmente, os membros da igreja em suas vidas no mundo – seus pensamentos, palavras e ações – devem ser sujeitos a Cristo “em tudo.”
Deus escolheu a igreja “para que fôssemos santos” (1:4), e Cristo “a si mesmo se entregou” pela igreja, “para a santificar” (5:25-26). Dessa forma, a santidade da igreja (progressivamente nesse mundo e perfeitamente no céu) é o objetivo da eleição e redenção. A santidade da igreja (incluindo a remoção da sujeira [26], mácula e rugas do pecado [27]) é sua beleza extasiante como a noiva de Cristo, uma beleza muito maior que a beleza de toda a criação. A santidade da igreja é também a sua glória (27), uma glória que reflete e serve à glória do Deus Triúno, o Senhor da sua santa igreja.
Fonte: “The Holiness of the Church”
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em setembro/2007.
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