Herman Hoeksema
“E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” – Col. 2:15
Lembremos que nestas semanas da Quaresma, estamos considerando a cruz e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo do ponto de vista delas serem o juízo deste mundo. Isto foi anunciado pelo próprio Jesus poucos dias antes de sua assumpção com as palavras: “Agora é o juízo deste mundo: agora será expulso o príncipe deste mundo.” O mundo de Deus precisa ser justificado em Cristo e salvo; o mundo do homem precisa ser condenado e destruído. No último capítulo, chamamos a vossa atenção para este Julgamento do mundo tal como é representado pela falsa igreja, a igreja do homem, a igreja apóstata, a adúltera. Foi julgada e condenada para sempre, quando foi claramente colocada diante da questão: o que fareis com Jesus Cristo? Para a igreja falsa, representada pelo Sinédrio naquela época, a resposta foi: “nós negamos que Jesus é o Cristo. Crucifica-o!” Mas, apesar do juízo dever necessariamente começar na casa de Deus, a falsa igreja não pode representar adequadamente todo o mundo do homem. Outro importante e poderoso representante do mundo mau do homem caído é o Estado, o poder político do mundo debaixo das mãos e domínio do homem do pecado. Para o julgamento do perverso poder do mundo temos agora que chamar a sua atenção.
O Governo não é uma invenção do homem, mas uma ordenação divina. O Estado é uma instituição de Deus. Não estou com isto a dizer que num determinado momento da história, Deus instituiu a governação e estabeleceu o Estado por um acto especial de revelação. Pelo contrário, no princípio a instituição do Estado foi dada com a criação da raça humana como um organismo, e é baseada na autoridade dos pais em casa. Da família como unidade base a raça humana desenvolveu-se em tribos e nações, e a autoridade da casa foi estendida à autoridade do chefe da tribo, o magistrado ou o rei do Estado. Mas quando dizemos que o governo é uma instituição divina, enfatizamos que não existe e não pode existir nenhuma autoridade, excepto por Deus. Nenhum homem, nem grupo de homens, podem ter autoridade em si mesmos. Só Deus tem autoridade. Só Ele é soberano em Si mesmo. E a menos que Ele confira autoridade sobre os homens, eles não têm poder para governar. O chefe de Estado, desse modo, seja ele rei ou imperador, presidente ou ditador, fica no lugar de autoridade que está estabelecido e instituído por Deus. E isto continua a ser verdade, sem importar de que forma ele foi estabelecido nessa posição, seja como herdeiro ao trono numa monarquia, ou como presidente legalmente eleito pelo voto do povo, como numa democracia. No seu ofício ele representa a autoridade que lhe foi conferida do alto. Seu chamado é buscar e aplicar a vontade de Deus na esfera da sua autoridade. E para Deus ele é responsável por tudo que ali faz na sua capacidade oficial como chefe de Estado.
A isto deve acrescentar-se que o Estado carrega a espada, que representa o poder do governo para executar justiça e juízo, para a protecção dos que fazem o bem, e para a punição dos malfeitores. Esta espada de poder é necessária por causa do pecado. O Estado como tal, não é instituído por causa do pecado, como muitas vezes é alegado. Há Governo até mesmo entre os anjos. E o governo teria se desenvolvido, mesmo que a raça humana nunca tivesse se afastado de Deus. Mas, o poder político carregar a espada certamente deve-se atribuir à entrada do pecado no mundo. E esta espada é símbolo não só do poder do Estado para punir malfeitores e proteger o bem dentro de seu próprio domínio, mas também para fazer guerra justa (necessária). Assim, a Palavra de Deus nos instrui no que diz respeito à instituição do governo: “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Fazei o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.” Romanos 13:1-4. O cristão, portanto, não é um rebelde. Ele está em obediência aos poderes superiores por causa de Deus, e por causa da consciência, desde que esta obediência não exija dele obedecer mais aos homens do que a Deus. E também esse mesmo cristão sem medo recusará obediência ao poder do Estado pelo amor de Deus e por causa da consciência, no momento em que os poderes maiores exijam dele desobedecer a Deus e violar os Seus preceitos. Esta verdade pode soar um pouco antiquada, e pode ser considerada obsoleta na nossa época, que proclama a soberania do homem, e é fortemente caracterizada por uma generalizada falta de respeito pelas autoridades, e muitas vezes não consegue distinguir entre liberdade e libertinagem, mas continua a ser verdade, contudo, uma verdade que uma nação e um governo pode desprezar somente para a sua própria destruição.
Tal é, em suma, o Estado, como instituído por Deus. Mas mesmo que este poder do governo seja uma força poderosa para o bem, desde que opere de acordo com a vontade de Deus, então torna-se um tremendo instrumento de corrupção debaixo da influência e do domínio do pecado. E é normalmente a partir desta perspectiva que a Bíblia retrata o poder político no mundo. A espada de poder é uma força poderosa. E não precisa ficar surpreendido que o príncipe deste mundo, através da agência do homem caído e corrupto, muitas vezes é bem sucedido em tomar este poder, e empregá-lo em seu próprio serviço perverso e para o seu próprio mau desígnio. Mais do que por qualquer outro órgão ou instituição, é através do poder político do Estado que o diabo é o príncipe deste mundo. Sob seu domínio, e através do pecado que corrompe todas as coisas, o Estado torna-se principal poder do mal. Torna-se ímpio, anticristão. Em vez de usar o seu poder para a protecção do bem, e a punição dos maus, faz com que o mau triunfe na terra, e o justo sofrer. Torna-se uma força de opressão, vangloriando-se de sua própria força, usurpando toda a autoridade, tendo o domínio sobre tudo, o Estado todo-poderoso. Usando a sua poderosa espada, procura dominar todas as esferas da vida, em casa e na escola, na igreja e na sociedade. É sempre a tendência e luta do ímpio e anticristão Estado do homem caído, transgredir os limites do seu próprio domínio, e se tornar totalitário. Usurpa o poder de determinar o que nós devemos comer e beber, como nós devemos educar as nossas crianças, quem e como nós devemos adorar, e o que nós devemos pregar e acreditar. E sempre procura estabelecer o mundo-estado. Para alcançar um poderoso, universal poder mundial, e dominando sobre todas as nações, e dominando todos os departamentos da vida, – essa é a ambição do ímpio poder político mundial, cujo príncipe é o diabo, e cujo agente é o homem caído!
Esse poder político mundial anticristão e ímpio que procura ganhar domínio universal, está sempre no mundo. Sua tentativa de dominar o mundo foi frustrada já no tempo de Nimrod e da construção da torre de Babel, onde Deus pelo Seu grande poder separou a humanidade em nações distintas. E desde então, a mesma tentativa foi feita pelos poderosos tiranos deste mundo, cujo resultado foi a sucessão de uma série de impérios no mundo em seu levantar, declínio e queda, tal como a Assíria, a Babilónia, a Pérsia e Média, a Grécia e Roma. E a Escritura ensina-nos que antes da vinda do nosso Senhor Jesus Cristo, este sonho de império mundial vai por um tempo ser realizado no reino do Anticristo, a Besta do Apocalipse 13. Em seguida, haverá a grande tribulação para o povo de Deus, como não era desde do princípio do mundo, de modo que ninguém será capaz de comprar ou vender, a menos que receba a marca da besta e adore a sua imagem! Tal é o estado do homem caído!
Esse Estado, esse político poder mundial pervertido, com sua opressão e tirania, seu grande poder e orgulhosa vanglória, seu slogan que o poder está certo, o derramar de sangue e perseguição aos justos, a sua confiança nos seus carros e cavalos, sua hipocrisia e exibição de justiça, o seu discurso de paz enquanto significa guerra, gabar-se de sua liberdade ao mesmo tempo que visa o engrandecimento, esta poderosa Babilónia, com as suas riquezas e prazeres, esta terrível besta anticristã, – já está julgada e condenada, e certamente será destruída. Porque Deus ungiu Seu próprio Rei sobre Sião, e senta-se no céu a rir da fúria vã e delírios das nações. Seu é o reino para sempre. Ele governará o mundo com justiça, como o Servo fiel de Deus. A questão de quem deverá ser o Rei universal sobre todas as coisas, Cristo ou o Anticristo, já está decidida, não pelo poder do homem, mas por decreto eterno de Deus. E através da cruz e exaltação do Filho de Deus o poder político-mundial perverso do Anticristo já está julgado.
Sim, de facto, Cristo, o Rei ungido sobre todos, também foi levado perante o tribunal do poder mundial, tal como então existia no poderoso império romano, e como, em Jerusalém, no ano 33 da nossa era, foi representado por Pilatos, o governador romano. De acordo com ambas as profecias de Daniel e do livro do Apocalipse, o Império Romano pertence à sucessão de poderes políticos mundiais que constituem a ímpia besta anticristã. E melhor representante do que Roma, na época de Cristo, o poder do mundo não poderia ter desejado. Havendo praticamente conquistado o mundo pelas suas legiões poderosas, de modo que o seu território se estendia do Atlântico ao Eufrates, e do Reno e Danúbio às areias do Saara, Roma, sob os imperadores, especialmente começando com Augustus, vangloriava-se agora das suas intenções pacíficas. Para estabelecer e manter um império mundial caracterizado pela paz e prosperidade, que oferece o maior grau de liberdade para todos, e governado pela justiça e rectidão, estes foram os objectivos declarados do poder mundial romano – especialmente desde que a republica tinha sido substituída pelo império. Esse poder mundial tinha também conquistado a terra de Canaã, e governava sobre o povo de Israel na época de Cristo. E quando Cristo está diante do governador romano, Pôncio Pilatos, é o poder mundial que é chamado a expressar o seu julgamento de Jesus, e para responder à pergunta tal como colocada pelo próprio Pilatos: “Que devo eu fazer então com Jesus, que é chamado o Cristo?” Vamos estudar as principais características deste julgamento do Salvador pelo governador romano.
Em primeiro lugar, chama a nossa atenção que este orgulhoso representante da justiça romana, que empunha a espada em nome de César, enfaticamente e repetidamente pronúncia o Senhor inocente. Os sinedristas que na sua sessão matinal tinham decidido levar Jesus diante de Pilatos, perceberam que o juiz romano não se importaria nada com a acusação, com o fundamento de que haviam condenado o Salvador, que ele dizia ser o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Parece que primeiro eles esperavam obter de Pilatos a confirmação da sua sentença de morte por apenas afirmar que eles descobriram que Jesus era um malfeitor. Mas nisto eles estavam errados. Porque o governador romano imediatamente os confrontou com a pergunta: “Que acusação trazeis contra este homem?” E quando os judeus orgulhosamente tentaram intimidar Pilatos com a resposta: “Se ele não fosse um malfeitor, não o teríamos trazido a ti” o romano respondeu que, nesse caso, era melhor tomarem Jesus e julgá-lo de acordo com sua própria lei. João 18:29-31. Percebendo, porém, que não teriam o poder de pôr Jesus à morte, então eles inventaram a acusação de que Jesus reivindicou ser um rei, e que Ele perverteu a nação, proibindo pagar-se tributo a César. Havia, naturalmente, nesta acusação uma semelhança com a verdade, porque Jesus era Rei. No entanto, os acusadores deliberadamente distorceram a verdade, e deturparam a realeza de Cristo, colocando-o em pé de igualdade com e na mesma categoria que o reinado de César. Era necessário, portanto, que este mal entendido fosse removido. Jesus não poderia ser condenado como um rebelde comum contra as autoridades, como alguém que resiste a forças superiores. E, desse modo, quando o governador romano analisou-O sobre este ponto, Ele admite que Ele é um rei, mas ao mesmo tempo deixa claro, que Ele não é apenas um outro rei, ao lado e em oposição a César, que poderia tentar usurpar o poder mundial pelo poder da espada, porque o Seu reino não é deste mundo. Bem em oposição aos reinos ímpios deste mundo, o Seu domínio estava fundado sobre a verdade, e cada um que é da verdade é um súbdito de tal reino. E embora o governador romano insistentemente perguntasse: “O Que é a verdade?” Ele, no entanto, percebe que a acusação dos judeus contra Jesus é falsa, e fala abertamente aos seus acusadores: “Eu não acho nele crime algum.” João 18:33-38.
E este veredicto é repetido várias vezes. A partir disto, parece claramente que, apesar de Pilatos ser o juiz e ser suposto testar Jesus, aqui está diante do trono do Altíssimo, e é confrontado com a pergunta: “Que irá fazer a justiça do poder mundial com Jesus, que é chamado o Cristo? ” E de modo a dar uma resposta clara a essa pergunta, ele precisa claramente ver, e abertamente declarar que Jesus é um homem justo. E isto ele está inclinado a fazer. Em circunstâncias normais ele não hesitaria a simplesmente entregar o réu à vontade dos judeus, pois ele valorizada a amizade de César, e ele estava disposto a agradar os judeus, se necessário, pela sua própria posição. Mas ele tinha medo de Jesus! Sem dúvida, ele tinha ouvido falar deste homem. A sua mulher certamente estava familiarizada com ele. E o sonho de sua esposa, juntamente com sua oração fervorosa de que ele não tivesse nada a ver com esse homem íntegro, tinha tornado as coisas piores. E, portanto, ele procurou libertar o Senhor. E assim ele repetidamente examina-o e muitas vezes retorna ao judeus com a declaração: “Eu não encontro nenhuma culpa nele! E até o fim do julgamento esta permanece a sua sentença oficial como juiz, como ele declara perante os judeus, lavando as mãos de todo este caso!
Em segundo lugar, notemos que Pilatos, o representante da justiça romana não é de todo motivado pelo amor da verdade ou da justiça, mas apenas por sua própria ambição carnal. O desejo de permanecer amigo de César domina-o em todas as suas acções. A sua hesitação de entregar Jesus para ser crucificado não pode ser explicada a partir do temor a Deus e o desejo de fazer justiça. A sua própria segurança, o seu próprio nome e a sua posição, a sua própria honra e poder são mais importantes em sua mente e coração. Nisto ele é na verdade um digno representante do ímpio poder do mundo. Como juiz, como representante do maior poder exercido pela espada, ele foi chamado para proteger os bons, e para punir os malfeitores. Como tal a sua vocação neste caso particular, estava clara, e ele sabia disso. Jesus devia ser protegido, justificado, absolvido; os perversos judeus deviam sentir o poder vingador da sua espada. À luz da obra “da lei” que estava escrita em seu coração, ele claramente percebia isso. Mas ele não hesitou em deter a verdade em injustiça!”Que é a verdade?” Que ele hesitou, no entanto, teve a sua raiz na mesma ambição egoísta, pecaminosa e corrupta. Tinha medo de Jesus. Mas ele estava com medo dos judeus! E ele estava com medo, acima de tudo de César! Isto é claramente evidente nas várias tentativas, tão injustas como fracas, para libertar Jesus! Ele tenta obter a libertação do Senhor, deixando os acusadores escolher entre Jesus e Barrabás. Mas assim, o juiz romano pisa toda a justiça debaixo de seus pés. Que direito tinha ele de colocar o inocente a par com o culpado, e deixar a decisão com os acusadores? Ele açoita o Senhor, os soldados haviam zombado dele, tentando fazê-lo um objecto de pena para que o ódio dos acusadores pudesse ser aplacado sem a sentença de morte. Mas aqui o poder do mundo deliberadamente flagelou e maltratou o justo e expressou claramente o seu desprezo por toda a justiça! Que fará o poderoso, orgulhoso, vangloriador, o poder do mundo hipócrita fazer com Jesus, que é tão claramente o justo? Ele irá persegui-Lo, açoitá-Lo, zombar dele para a satisfação da sua própria ambição!
Mas isto não é o fim. Todas estas tentativas de Pilatos para libertar o Senhor simplesmente representam tantas tentativas para evitar a resposta definitiva à pergunta final de Deus: O que você vai fazer com o meu Ungido, que está aqui diante de você como o justo? O governador romano, dirigido para lá e para cá por muitos motivos conflituantes, embora sendo todos carnais, ele coloca a questão bastante concisa: “Que farei então com Jesus, chamado Cristo?” Oh, mas na verdade, esta é a pergunta! Esta é sempre a questão que não pode ser evitada, e cuja resposta é igualmente inevitável! Que farei então com Jesus? Sim, mas o que podemos fazer então? O que você pode fazer, se você não deve ter nada de seu reino, se você não ouvir a Sua voz, se você despreza a verdade, se você procura a sua própria honra e ambição. Você pode ir meio caminho com Ele? Será que você prefere Ele a Barrabás? Irá açoitá-lo e soltá-lo? Irá consagra-lo no templo de sua idolatria moderna, e fazer dele um homem bom, um homem nobre, um exemplo maravilhoso, um grande mestre, cuja regra de ouro e Sermão da Montanha você leva a sério? Irá declará-lo príncipe deste mundo e criar uma ordem mundial maravilhosa para Ele, para que no Seu nome você possa salvar a sua face hipócrita, e continuar a perseguir sua ambição anticristã? Irá você oferecer-lhe todos os reinos do mundo, se somente Ele adorar o diabo com você? Oh, mas o que farei então com Jesus, chamado Cristo? A questão sempre regressa! Quer uma resposta! Ela quer uma resposta definitiva e decisiva. Quer uma resposta que revela os pensamentos mais íntimos de seus corações! Aqui você não pode comprometer!
Fora com a máscara da sua hipocrisia, da sua pretensa sabedoria, rectidão e justiça! Invoque a ajuda e testemunho de todos os seus deuses, de todo o seu poder e sabedoria, de toda a cultura e civilização, de toda a sua religião e piedade, e depois responda, mas por todos os meios responda claramente e finalmente: o que vai fazer com Jesus chamado Cristo? Sim, chame a ajuda da igreja falsa, que já adora a besta e a sua imagem, e deixem-na responder primeiro. Mas você, também, Besta anticristã, e a sua imagem que sempre fala, deve responder por si mesmo: se o Justo, o Filho de Deus, Jesus Cristo, estiver diante de você como um homem impotente, o que haveis de fazer com ele? ….
A resposta vem da falsa igreja, oh sim, claro, a partir da falsa igreja, mesmo agora, para a partir dela o mundo anticristão poder aprender a sua resposta: “Seja crucificado”. Mt 27:23. “E Pilatos deu sentença que devia fazer o que eles pediam” … e “entregou Jesus à vontade deles.” Lucas 23:24,25. Agora é a condenação do mundo! O poder do mundo tinha sido testado, exposto, achado em falta, condenado! Ah, do que serve Pilatos ainda manter a sua aparência de justiça? Mesmo como o sumo-sacerdote tinha feito tal tentativa de rasgar seu manto, assim Pilatos atesta a sua inocência, lavando as mãos! Mas sem sucesso. A resposta é clara: Jesus Cristo é justo, mas se Ele fica no caminho da ambição egoísta do poder do mundo, Ele deve ser morto! Crucifica o inocente!
E o que deve Jesus fazer? Deve fazer o Seu poder e glória resplandecer e consumir os seus inimigos? Ele deve dar-lhes uma prova poderosa do Seu poder divino e majestade real? Mas não, isso não deve ser. Não é a hora de poder e de glória ainda. É hora de julgamento. Ele é Rei de facto, mas apenas como o obediente Servo do Senhor. Ele deve estabelecer o seu reino, com certeza, mas apenas na forma da justiça de Deus. Ele está à frente dos seus próprios, que também pertencem por natureza a este reino rebelde de homens caídos. Estes Ele deve resgatar. E eles devem ser resgatados através da justiça. Ele deve carregar os seus pecados, mesmo os que expostos neste julgamento do poder do mundo. E, portanto, quando os cálices da ira de Deus são derramados nesta hora de julgamento, Ele deve estar presente no local da execução. Sim, de facto, a sentença de Pilatos deve ser executada. Ele deve ser crucificado.
Mas Deus pregará a Sua própria sentença a essa cruz de Pilatos, a caligrafia dos nossos pecados. E essa sentença divina Ele vai receber e ostentar de bom grado, removendo a caligrafia dos nossos pecados, que eram contra nós. E assim o rei morre, humilhando-se como o Servo obediente de JEOVÁ. E assim Ele batalha o contra Seu próprio caminho para o seu reino. Porque Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todo nome, que em nome de Jesus se dobre todo joelho e toda língua confesse que Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai!
E o que deverá você, o que deverei eu fazer com Jesus? Ou você O crucifica, ou você é crucificado com Ele através da Sua graça! É um ou outro. Nada menos, nada mais se pode fazer com Jesus que é chamado Cristo!
Fonte (original): When I Survey, Book 1, Part 1, Chapter 3, Herman Hoeksema, Reformed Free Publishing Association, pp. 21-30.
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