Thomas Miersma
Tradução: Marcelo Herberts
Jesus disse: “Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos” (João 6:53).
Por essas palavras Jesus ensina que ele é a única fonte da graça e da vida espiritual. Essa vida é uma vida eterna em comunhão com Deus. Tal como Jesus disse, “Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna” (João 6:54). Por comer e beber Cristo nós temos comunhão com Ele, que concede sua vida a nós, assim como o pão alimenta o corpo. Ele habita em nós da mesma forma que o pão que comemos torna-se parte de nós. Portanto Jesus disse, “Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (João 6:56).
Jesus também explica a natureza desse comer e beber. Não é um comer e beber físicos. A graça e a vida de Cristo não são transmitidas a nós pelo nosso comer com a boca. Jesus disse, “O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida” (João 6:63). Não é pelo comer com a boca, mas pela obra do espírito mediante a palavra, pela fé, que Cristo transmite a Sua vida a nós. Não é por um comer literal da Sua carne, mas pelo partilhar da graça do Seu Espírito mediante a fé é que nós o comemos. Assim, Jesus também diz, “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (João 3:36). Fé é espiritualmente o meio de alimentarmos a nossa alma, assim como alimentamos nossos corpos com as mãos e a boca. É então desse modo que nós nos alimentamos de Cristo tal que ele habite em nós e nós nele.
Ao ter instituído a Ceia do Senhor na presença dos seus discípulos, Jesus disse, “Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim” (Lucas 22:19), e, “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês” (Lucas 22:20). Por essas palavras, Jesus coloca à frente os elementos do pão e do vinho representações do Seu corpo, entregue sobre a cruz, e do Seu sangue, derramado pela remissão dos pecados. Quando Jesus disse essas palavras, estava sentado fisicamente no meio dos seus discípulos. Eles poderiam não ter entendido Jesus dizer se com isso o pão e o vinho haviam fisicamente se tornado Sua carne e sangue literais, ou se Ele estava fisicamente presente no pão e no vinho. A Graça não pode ser ingerida com os dentes. “O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite” (João 6:63). O próprio testemunho de Jesus, que o cálice era “o novo testamento” do Seu sangue, indicava também que o que Ele estava lhes provendo era o selo sobre a promessa do Novo testamento ou pacto que estabeleceu em Seu sangue sobre a cruz.
Por meio do Seu mandamento “Façam isto em memória de mim” (Lucas 22:19), Jesus pediu que os seus discípulos e a sua igreja mantivessem uma lembrança sagrada da Sua morte pela fé. Ao administrar a Ceia do Senhor do pão e do vinho, seu povo é alimentado espiritualmente pela fé com as bênçãos do Seu único sacrifício sobre a cruz. Ele próprio está presente na Ceia do Senhor, não fisicamente, mas espiritualmente, a fim de alimentar o seu povo pela fé. Você crê nesse Cristo da Ceia do Senhor, ou numa superstição carnal inventada pelo homem?
Fonte: What Jesus said about, Rev. Thomas Miersma, cap. 22.
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