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O Amor de Deus

Rev. Ronald Hanko

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1

O amor de Deus, tristemente, é o assunto de muito debate entre os cristãos. Questões sobre se Deus ama todo o mundo e deseja salvar todos sem exceção são respondidas de forma muito diferente. Essas questões são importantes. Elas têm a ver com predestinação, o amor eterno de Deus por alguns, e com a morte de Cristo, a grande revelação do amor de Deus.

Não é o nosso propósito aqui lidar com passagens tais como João 3:16 e o significado da palavra mundo nesse versículo. Se alguém está interessado numa explicação dessa passagem, sugerimos a leitura do panfleto “God So Loved the World…“, de Homer C. Hoeksema, ou a explicação dada no apêndice do livro A Soberania de Deus de Pink. Aqui queremos mostrar que a resposta a todas as questões sobre o amor de Deus pode ser encontrada entendendo-se o que é o amor de Deus.

O amor de Deus, acima de tudo, é o seu amor por si mesmo, sua glória, e sua santidade. 1 João 4:16 indica isso quando nos diz que Deus é amor. Em si mesmo como Pai, Filho e Espírito Santo, Deus é o epítome de todo amor. Para ser um Deus de amor, ele não precisa de nós, nem é a sua glória como o Deus de amor incompleta sem nós. De eternidade a eternidade ele é amor, em e de si mesmo, na Trindade.

A Escritura define este amor como “o vínculo da perfeição” (Cl. 3:14). Ele é mais do que mero sentimento, emoção ou sensação. É o vínculo que existe entre as três pessoas perfeitas da Santíssima Trindade.

Porque Deus ama sua própria glória (Is. 42:8; Ez. 39:25), e porque o amor é o vínculo da perfeição, Deus não pode amar os homens exceto em e através de Jesus Cristo. Essa é a razão da eleição, o amor eterno de Deus por alguns, ser “em Cristo”. Somente nele somos perfeitos. Esse é também o motivo da palavra mundo em João 3:16 não poder se referir a todas as pessoas sem exceção (ver João 17:9; 1 João 4:7-9, e a palavra nós na última passagem). Deus não pode estabelecer um vínculo de perfeição com aqueles que estão fora de Cristo.

O Salmos 5:4 é prova adicional que Deus não pode nos amar à parte de Cristo: “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.” Não existe nenhum vínculo de perfeição possível entre Deus e o mal. Aqueles que ele ama devem ser escolhidos e redimidos em Cristo, para serem objetos do amor de Deus.

O outro lado disso é que Deus odeia o mal e todos os que praticam a maldade (Sl. 5:5, 6). Essa é uma palavra dura, mas a alternativa é blasfêmia. Dizer que Deus ama os homens sem salvá-los da sua impiedade e pecado, é dizer que o santo e justo Deus ama o mal. Quem ousaria pensar tal coisa?

Não esqueçamos, também, que esse entendimento do amor de Deus é onde o deleite e alegria dos crentes residem. Significa que Deus salvará o seu povo de todos os seus pecados, e os aperfeiçoará. Seu amor é o vínculo da perfeição. Significa que ele os tomará em comunhão e fá-los-á participantes da natureza divina. Seu amor fá-los-á perfeitos! “Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele” (1 João 4:16). Que bênção e bem-aventurança!

Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 46-48.

1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em novembro/2007.

Para material Reformado adicional em Português, por favor, clique aqui.

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