Herman Hoeksema
“O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho; E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir. Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas. Eles, porém, não fazendo caso, os ultrajaram e mataram. E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade. Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes … Porque muitos são chamados, mas poucos são escolhidos” (Mateus 22:1-14).
Sobre isto nós observamos:
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Esta última declaração, “Porque muitos são chamados, mas poucos são escolhidos,” deveria ser o suficiente para nos fazer ver claramente que não existe nenhuma referência nesta parábola para uma bem intencionada oferta de graça e salvação da parte de Deus de maneira geral. Não pode haver nenhuma dúvida de que o Salvador quer que entendamos toda a parábola precisamente na luz dessas palavras. Elas são uma explicação da parábola. Se agora o principal pensamento da parábola tivesse sido o Senhor oferecer Sua graça a todos sem distinção, com o propósito sincero de salvar a eles todos, então deveria ter sido declarado no final: “porque graça é oferecida a muitos, mas poucos aceitam isso.” Mas isto não é declarado. O que é declarado – mesmo um tanto inesperadamente, em uma leitura superficial da parábola – é que muitos são chamados, mas poucos são escolhidos. Isto nos deixa saber de imediato que Deus o Senhor não pretende salvar a todos os que vivem sob a pregação do Evangelho, mas que ELE concede graça somente ao eleito para seguir e obedecer a chamada às bodas. Portanto você tem nesta parábola o chamado para vir para as bodas de casamento que se dirige a todos os que são convidados, mas uma doação particular de graça (nenhuma “oferta”) somente aos eleitos.
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O casamento aqui é o reino dos céus, como está preparado para o Filho pelo Pai, foi prefigurado na antiga dispensação em Israel, foi realizada com a vinda do Salvador, e atualmente deve ter sua completa realização no dia de Cristo.
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Aqueles que são convidados e que não virão são os Judeus. O chamado dos servos do Rei é o chamado dos profetas. Contudo eles não prestaram atenção a esse chamado dos profetas, mas resistiram as suas palavras, os maltrataram, os mataram, e assim mostraram que eles não eram dignos de entrar no reino dos céus. Portanto o Senhor, em justa ira, incendiou a cidade deles. Israel, como uma nação, foi rejeitada. Jerusalém foi destruída.
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Este chamado dos profetas nunca foi uma oferta geral de graça. O chamado a vir para as bodas não foi uma oferta de graça, mas um chamado ao arrependimento, para manter a aliança de Deus, e para andar nos Seus caminhos. Contudo, vendo isto, de acordo com a explicação da parábola pelo próprio Salvador, nem todos que foram chamados eram eleitos, nem todos receberam a graça para atender o chamado. Israel, como uma nação, se manifestou como completamente indigna de entrar no reino dos céus quando aquele reino foi revelado em Cristo Jesus. Portanto Israel foi rejeitada.
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Os servos então, sobre o comando do Rei, se afastaram de Israel de maneira a ir para as estradas e caminhos, para chamar Judeus e Gentios, bons e mals, para o reino dos céus. Mas também, de acordo com a nova dispensação, esta chamada continua sempre de acordo com a regra que muitos são chamados, mas poucos são escolhidos e, portanto, nós não devemos esperar que todos os que são chamados externamente também virão.
Toda esta parábola ensina precisamente o oposto que os homens da livre oferta querem tirar disso, ou seja, que a graça não é precisamente uma oferta, mas o poder de Deus para a salvação e que, quando o poder de Deus para a salvação não opera no chamado, o endurecimento acontece e a rejeição segue. Mas o eleito recebe este poder de Deus para a salvação, e eles entram nas bodas do reino dos céus.
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