Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Um nome muito importante do nosso Salvador é o maravilhoso nome Senhor. Como o nome Cristo, Senhor não é um nome pessoal, mas um título de honra.
Esse título é importante porque lembra-nos que Jesus é Deus. Não precisamos prova adicional de sua divindade além dessa: que ele se identificou na Escritura como o Senhor. “Meu Senhor” e “meu Deus” são na realidade uma e a mesma confissão (João 20:28).
O título Senhor enfatiza especialmente a posse soberana de Jesus sobre todas as coisas. Como Senhor, ele não somente governa sobre todos com autoridade e poder soberano, mas todas as coisas lhe pertencem e são seus servos também.
É como o Senhor que Deus diz em Salmos 50:12: “Meu é o mundo e a sua plenitude.” Isso significa, como o salmista confessa a Deus em Salmos 119:91, que “tudo está a seu serviço.” Esse senhorio, Deus deu a Jesus (Atos 2:36).
Existem dois lados, contudo, no senhorio de Jesus. Por um lado, ele sustém a posse justa de todas as coisas como seu Criador, governando-as com poder soberano de acordo com o seu propósito. Esse aspecto do senhorio de Cristo é algumas vezes chamado de o governo de seu poder. Como Senhor de tudo, ele soberanamente usa todas as coisas, mesmo contra a vontade delas, para os seus próprios propósitos.
Mas há também o que é chamado de o governo de sua graça. Nesse sentido ele é o Senhor somente do seu povo, e ele o é por direito de compra. Seu povo lhe pertence, não meramente como o sol, lua e estrelas, mas como um tesouro comprado: “E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro” (Ml. 3:17). Jesus exercita esse senhorio sobre eles não por mero poder, mas pelas doces influências de sua graça. Ele governa-os não com uma vara de ferro (Sl. 2:9), mas com um cajado de pastor (Sl. 23:1).
Esse é o aspecto de seu senhorio que pode ser confessado somente por meio do Espírito Santo (I Co. 12:3). Se eu confesso seu senhorio dessa forma, não somente reconheço que ele é Senhor, mas também que é o meu Senhor. Então confesso que pertenço a ele e sou precioso à sua vista, não por causa do que sou ou tenha feito, mas por causa do sangue que ele derramou por mim.
Além do mais, estou então confessando que tudo que tenho pertence a ele também. Nada que tenho é realmente meu—nem minha família, meu tempo, minhas possessões e nem mesmo meu corpo: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Co. 6:20). Pertencendo a ele com tudo o que sou e tenho, devo usar todas as coisas em seu serviço e para sua glória e reino.
Você faz essa confissão que Jesus é o Senhor—seu Senhor? Você vive e usa todas as cosias como pertencendo a ele? Então de fato ele é o seu Senhor e o seu Deus.
Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 122-124.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em abril/2007.
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