Thomas Miersma
Tradução: Marcelo Herberts
Jesus disse: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4:23-24).
Jesus disse essas palavras em resposta a uma mulher de Samaria que havia procurado desviar a Sua atenção no momento em que ele mencionava os pecados dela, trazendo à tona uma controvérsia persistente que tomou espaço entre os judeus e os samaritanos acerca de como e onde Deus deveria ser publicamente adorado. A resposta de Jesus é importante porque aqui ele ensina não apenas que a forma de adoração do Antigo Testamento foi encerrada, “está chegando a hora, e de fato já chegou,” mas também nos ensina os princípios da verdadeira adoração.
Por suas palavras, Jesus chama a nossa atenção para a natureza dos “verdadeiros adoradores” de Deus e para a natureza da verdadeira adoração. A verdadeira adoração a Deus, não mais limitada a uma só pessoa num só lugar, passa a ser um reflexo da comunhão com Deus. Verdadeiros adoradores, então, são aqueles que adoram a Deus de coração por meio fé, não por uma mera demonstração exterior ou por uma aderência a alguma forma ritual, que caracterizaram judeus e samaritanos incrédulos nos dias de Jesus. A verdadeira adoração é espiritual, isto é, ela emerge do coração em temor a Deus e numa fé genuína pela obra do Espírito. A verdadeira adoração está na verdade, isto é, fundamentada na verdade de Deus em Cristo, “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6). A verdadeira adoração é teocêntrica em Cristo, e não antropocêntrica.
Jesus deixa claro dois princípios. Primeiro, a adoração a Deus, também adoração pública, nunca é uma demonstração (show) exterior. Ela emerge da raiz espiritual da salvação no coração. Condenando a hipocrisia e a demonstração exterior dos perversos entre os judeus, Jesus diz, “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Marcos 7:6). Segundo, a adoração precisa estar na verdade. Há um padrão objetivo: a adoração precisa estar de acordo com a vontade revelada de Deus. Jesus diz, “Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Marcos 7:7). Aplicando esses princípios à nossa adoração, nós não devemos introduzir na adoração a Deus aquilo que não é ensinado na Sua Palavra. Porque aquilo que não é feito em obediência à verdade não é adoração em espírito, nem também agradável a Deus. É pecado.
No sentido positivo, o que Cristo ordenou? Ele nos ordenou a pregar a sua Palavra (Mateus 28:19-20), a batizar (Mateus 28:19), a manter a Ceia do Senhor (Lucas 22:19). Além disso, a Palavra de Deus nos ensina a pregar (Mateus 6:9), a cantar louvores a Deus (Efésios 5:19-20), a confessar a nossa fé e ouvir a Sua vontade (Mateus 28:20). Essas são coisas que devem ser feitas de coração na adoração.
No sentido negativo, nós não devemos introduzir na adoração de Deus qualquer coisa inventada por nós ou “mandamentos de homem,” seja pertencendo à lei cerimonial do Antigo Testamento, cuja forma de adoração cessou (castiçais, vestimentas, altares e assim por diante), ou pertencendo à adoração dos pagãos, como dramas, eventos atléticos, espetáculos ou qualquer outra coisa que a mente do homem possa inventar.
“Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura” (João 4:23). Você adora de coração? É a sua adoração agradável a Deus, fundamentada na Sua Palavra? Você serve o Senhor Cristo em obediência na adoração? É a sua adoração centrada em Deus ou uma falsa adoração que procura o seu centro no homem? É uma representação exterior na forma de um entretenimento artístico para o homem, ou emerge de um coração no temor de Deus e obediência à sua Palavra?
Fonte: What Jesus said about, Rev. Thomas Miersma, cap. 24.
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