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Pregação

Rev. Ronald Hanko

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto*

O que é pregação? É apenas outra forma de ensino, sendo a única diferença o fato de a Bíblia estar sendo ensinada? Se for apenas outra forma de ensino, por que a Escritura enfatiza tão fortemente sua importância? Na verdade, a pregação é algo único.

Para entender o porquê a pregação é de vital importância, devemos entender o que ela é, e como é única. A Bíblia nos fala muita coisa sobre pregação, especialmente nas palavras gregas que o Novo Testamento usa para “pregação.”

Uma palavra nos diz qual é o conteúdo da pregação. Essa palavra é na verdade a palavra que vem do português evangelizar, significando “trazer boas novas.” A outra palavra, aquela sobre a qual nos focaremos, nos mostra o que é a pregação em si.

Traduzida, a palavra significa “ser um mensageiro.” A referência, contudo, não é a qualquer mensageiro, mas àquele uma vez chamado de “arauto.” Um arauto era um mensageiro comissionado, geralmente por um rei ou grande governador, para trazer uma mensagem específica ao povo nas palavras do rei mesmo. Não era permitido que o arauto adicionasse, retirasse ou “interpretasse” a mensagem. Ele simplesmente tinha que dizer: “Assim diz o rei!” Portanto, ele era muito similar a um embaixador (2Co. 5:20; Ef. 6:20).

Aplicada à pregação, essa palavra arauto nos ensina que aquele que prega deve ser comissionado, ou enviado, pelo Rei dos reis, Cristo Jesus. Ninguém tem o direito de se designar pregador ou tomar a obra para si. Mesmo Cristo não fez isso (Hb. 5:5). Se uma pessoa separa a si mesmo como um pregador, sua mensagem não tem peso oficial, e ninguém está obrigado a ouvi-la.

Uma ilustração pode ajudar aqui. Como cidadão privado, posso ter certo conhecimento de quais são os planos do meu governo, e visitando um país estrangeiro, eu poderia pretender informar àquele governo sobre os planos do meu país. Mesmo que minha informação esteja correta em cada detalhe, o que eu disser não tem autoridade, e ninguém está obrigado a prestar atenção. Somente se um embaixador ou algum outro representante oficial do meu governo trouxesse a mensagem, o governo estrangeiro estaria obrigado a ouvir.

Assim, a Escritura nos diz que aqueles que pregam devem ser enviados (Rm. 10:15). Se não forem enviados, ninguém precisa prestar atenção ao que eles dizem. Esse envio é feito pelo Espírito Santo através da igreja, por meio de ordenação ou imposição de mãos, como Atos mostra tão claramente no caso do próprio apóstolo Paulo (Atos 13:1-3).

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Isso implica, também, que o ministro é responsável não somente diante de Deus, mas à igreja ou igrejas que o enviaram (Atos 14:27). Chamado sempre significa responsabilidade (prestação de contas). Assim como Cristo usa a igreja pra enviar um ministro, ele também usa a igreja para chamar o ministro para prestar contas com respeito à mensagem que ele traz.

Por essas razões, cremos num ministério ordenado, e não cremos que a “pregação leiga” seja bíblica. Homens que não foram enviados por ninguém, nem prestam contas a ninguém, não são verdadeiros embaixadores ou arautos de Cristo.

Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 250-251.

1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em novembro/2007.

Para material Reformado adicional em Português, por favor, clique aqui.

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