Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / [email protected]
Qual é o propósito do juízo vindouro? Você já pensou alguma vez sobre isso? Não é tão simples responder isso como pode parece a princípio.
Num sentido, o juízo já tem acontecido. Quando as pessoas morrem, elas vão imediatamente para o céu ou inferno. Isso não poderia acontecer, a menos que já tivessem sido julgados por Deus. Assim, a maioria das pessoas já estará no céu ou no inferno quando o dia do juízo chegar, e o juízo não mudará isso. Por que, então, um dia de juízo é necessário?
Há também um juízo que ocorre em conexão com a morte de Jesus. Ele fala disso em João 12:31, quando nisso do tempo da sua morte: “Agora, é o juízo deste mundo” (RC). Cristo, por sua morte, providenciou salvação eterna para alguns e não para outros (a doutrina da expiação limitada). Por sua morte alguns foram excluídos da salvação, o destino eterno deles foi selado, e o seu julgamento determinado. Por que, então, há um dia do juízo vindouro?
A resposta para essa pergunta reside numa importante palavra teológica, a palavra teodicéia. Essa palavra significa “a revelação de Deus” e descreve o propósito principal do dia do juízo, tanto com respeito aos justos como com respeito aos injustos.
O propósito do juízo não é decidir os destinos dos homens e anjos, nem mudar os destinos. Esses já foram fixados na predestinação e na cruz. Antes, o propósito principal do juízo é mostrar que Deus é Deus, justo e santo, tanto na condenação do injusto como na salvação dos seus.
Hoje os juízos de Deus são sempre questionados. Seu juízo dos justos é questionado por Satanás, o grande acusador dos irmãos (Ap. 12:10), e pelos ímpios quando acusam os crentes e dizem que eles são pecadores como qualquer outra pessoa. Ele é questionado até mesmo pelo povo de Deus, quando esses duvidam da obra de Deus na justificação deles.
Os juízos de Deus sobre os ímpios também são questionados. A alegação de que Deus é amor e, portanto, não pode condenar as pessoas ao inferno faz isso. Assim também são todas as queixas levantadas contra a soberania de Deus na reprovação e condenação dos pecadores.
Essas queixas não mais serão ouvidas no juízo.
Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 323-324.
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