Herman Hoeksema
Ainda mais: eles permanecem puros. O texto diz: “Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens.” Sem dúvida, você entende que essas palavras não devem ser tomadas no sentido literal, não mais do que o restante do texto, como se o celibato fosse advogado aqui e como se fosse dada preferência ao estado de solteiro acima do de casado. Esse certamente não é o caso. Mas devemos entender que fornicação na Escritura é o símbolo de fornicação espiritual. Nesse sentido Esaú foi um fornicador, pois desprezou o pacto de Deus. Nesse sentido o Israel da antiga dispensação é com muita freqüência descrito no Antigo Testamento como uma mulher adúltera, poluindo-se atrás de outros deuses e se afastando do serviço de Jeová, o seu Deus pactual. Nesse sentido, então, esses cento e quarenta e quatro mil não se contaminaram. Todo o mundo estava cometendo fornicação nesse sentido espiritual. Todos estavam se poluindo atrás da besta. E todo o mundo vil demandava que esses cento e quarenta e quatro mil cometessem fornicação, assim como eles. Eles ameaçaram-nos de serem expulsos do mundo, se não adorassem a besta. Mas esses não prestaram atenção a esse convite e ignoraram a ameaça da besta. Eles permaneceram fiéis ao seu Deus pactual. O mesmo é expresso nas palavras, “eles não têm culpa.” Eles não tinham sido manchados pela poluição do mundo. Sim, ainda mais claramente: em sua boca não se achou mentira. Todo o reino do Anticristo foi contaminado, e baseado sobre a mentira que a besta deve ser adorada e que o dragão era o rei. Mas eles tinham aderido à verdade e mantiveram-se ousados e sem temor: Cristo é Rei, e o Deus Todo-poderoso é o soberano do céu e da terra. Assim, eles tinham permanecido fiéis durante todo o reinado do Anticristo. O povo de Deus não precisa temer. Pois quando esse tempo terrível chegar, eles permanecerão com o poderoso Cordeiro no Monte Sião e O seguirão para onde quer que Ele vá.
Fonte (original): Behold He Cometh!, Rev. Herman Hoeksema, Reformed Free Publishing Association, pp. 486-487.
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