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A Incorporação de Rute no Pacto

David J. Engelsma

Reinado e redenção são dois dos temas pactuais na história de Rute. O trazer dos gentios, por Deus, ao pacto é um terceiro. Rute era uma moabita, uma gentia. O texto inspirado não encobre a nacionalidade e a raça pagã de Rute como algo vergonhoso. Antes, ele enfatiza que ela era uma moabita como algo de grande significância para a história do pacto. Repetidamente, ela é chama de “Rute, a moabita” ou a “moça moabita” (Rute 1:22; Rute 2:2, 6, 21; Rute 4:5, 10).

Um gentio recebia tanto um nome como um lugar no pacto. O nome e o lugar dela em Israel eram legítimos, pois eles lhe vieram pela sua redenção e casamento, que estavam de acordo com a lei de Deus. Boaz a redimiu, redimiu a propriedade dela e se casou com ela. Dessa forma ela veio a desfrutar da vida e das bênçãos do pacto. Agora o Deus de Israel era o Deus dela. A esperança de Israel era a esperança dela.

Rute, a moabita, recebe mais do que um nome e um lugar entre o povo do pacto. Ela recebe um nome e lugar ilustre e honroso. Ela é privilegiada em ser uma “avó” de Davi e uma “bisavó” do maior filho de Davi, o Messias: “Salmom gerou a Boaz, Boaz gerou a Obede, Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi” (Rute 4:21-22). De Davi viria Jesus, o Cristo, através de uma “bisneta” de Davi, Maria. Mateus menciona o nome de Rute em sua genealogia de Jesus: “Este [Boaz], de Rute, gerou a Obede” (Mateus 1:5).

Jeová relembra sua promessa a Abraão que nele ele abençoaria todas as famílias e nações da terra (Gênesis 12:3; Gênesis 18:18). Na salvação de Rute, bem como na de Raabe anteriormente, há tanto um princípio do cumprimento dessa promessa como um prenúncio do cumprimento final e vasto da promessa em Pentecoste. A importância da promessa de abençoar e salvar os gentios—e, portanto, desse aspecto da história de Rute—não deve ser minimizada. Paulo chama a salvação dos gentios de “o mistério de Cristo” (Efésios 3:4-7).

O mesmo apóstolo insiste que a inclusão dos gentios no pacto, a justificação deles, e a salvação deles “pela fé”, era tão verdadeira quanto a do pai Abraão e seus filhos judeus no Antigo Testamento:

É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão (Gálatas 3:6-9).

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / [email protected]

Para material Reformado adicional em Português, por favor, clique aqui.

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