Rev. Angus Stewart
O mundo ainda se lembra daqueles que morreram no ataque terrorista nos Estados Unidos em 11 de Setembro de 2001. Quem pode se esquecer daquelas imagens do World Trade Center—Aviões se chocando contra as torres, pessoas pulando das janelas a dezenas de andares do solo, e, por fim, as torres gêmeas vindo ao chão provocando a morte de milhares de pessoas? Muitos de nós revivemos aquele triste dia, assistindo às cerimônias que amigos e parentes organizaram, às lágrimas, para as vítimas um ano depois, no marco zero.
O que a igreja pensa daquele terrível evento? O que Deus pensa disso tudo? Anne Graham Lotz, filha de Billy Graham, afirmou: “Eu acredito que Deus esteja profundamente triste; tão triste quanto nós pelo que aconteceu. Durante anos nós temos pedido que Ele saia de nossas escolas, do nosso governo e de nossa vida. Sendo o cavalheiro que é, Deus gentilmente nos deixou.” Todavia, pode o bendito Deus, que é perfeitamente cheio de alegria em sua existência trinitária, ficar “profundamente triste?” É verdade que quando o homem opta pelo pecado Deus “gentilmente nos deixa,” como um “cavalheiro?” Será que o 11 de Setembro deve ser explicado pela alegação de que, conquanto ofereça seu providencial governo às nações, Deus vê seu intento ser interrompido pelas ações de Satanás, através de ataques terroristas? Será que isso deixa Deus “profundamente triste?” Nós precisamos perguntar como o apóstolo: “Pois que diz a Escritura?” (Rm. 4:3)
Deus declara: “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is. 45:7). Todas as calamidades na Terra e todos os problemas—incluindo morte e destruição, doenças e fome—isto é, todos os eventos que nós atribuímos ao “mal”—vêm da soberania do Deus dos céus e da terra “que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade” (Ef. 1:11). Jeová traz dilúvio sobre a terra (Gn. 7:4) e também fez chover enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra (Gn. 19:24). Ele matou os cananeus nos dias de Josué (Sl. 44:1-3) e visitou Jerusalém com espada, fome, doenças e feras selvagens (Ez. 5:7-17). Ele trouxe morte e miséria sobre as cidades da Babilônia (Is. 13), Tiro (Ez. 26), Nínive (Na. 3), e até mesmo sobre nações inteiras (Is. 13-23; Jr. 46-51; Ez. 25-32; Am. 1-2). Além disso, Amós faz uma pergunta retórica: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha feito?” (Am. 3:6).
A que conclusão devemos chegar, agora, acerca do 11 de Setembro? Será que há algum mal na cidade de Nova Iorque que não tenha sido provocado por Deus? A soberania de Deus ordenou a destruição das duas torres gêmeas e isso tem a ver com sua providência. Assim como todas as coisas foram criadas por Deus, todas são governadas por Ele. Por isso, nada acontece fora do seu soberano propósito.
Nada disso, em absoluto, diminui a santidade de Deus. O Deus de amor ama a justiça e rejeita os sanguinários terroristas que seqüestraram os aviões e os lançaram contra o World Trade Center (Sl. 5:4-6) e os está punindo com fogo e tormenta no inferno (Sl. 11:6). Além disso, quem pode negar que muitos dos que estavam nos edifícios eram guiados por suas cobiças, o que é idolatria (Cl. 3:5)? O homem caído não é apenas formado na iniqüidade (Sl. 51:1); ele também vive na iniqüidade e “bebe a iniqüidade como a água” (Jó. 15:16). “Deus sente indignação todos os dias” (Sl. 7:11) e julga tanto agora quanto no futuro. Devemos não apenas confessar que o 11 de Setembro faz parte da soberania divina, mas entender que também fez parte do julgamento divino sobre o pecado e sobre pecadores.
A mídia nada disse sobre a soberania de Deus no 11 de Setembro ou sobre seu julgamento sobre os ímpios. Isso foi tão notável quanto o foi o fato de que Deus não foi mencionado na comemoração em Nova Iorque no ano passado. A resposta de grande parte do mundo cristão, inclusive de Anne Graham, está errada. A mídia ímpia ignora a soberania de Deus, mas muitos líderes cristãos também acham que Ele nada tem a ver com isso. As Escrituras mostram que eventos como o 11 de Setembro são sinais da segunda vinda de Cristo (Mt. 24:3-7), mas poucos líderes têm mencionado isso. Quando uma torre em Siloé caiu, matando 18 pessoas, Jesus usou essa oportunidade para chamar os homens ao arrependimento (Lc. 13:4-5). Contudo, muitos líderes cristãos, ao invés de se referirem ao 11 de Setembro como um alerta aos ímpios, tentaram defender Deus, apresentando-o como um “cavalheiro” ídolo que não reina nos céus. A Bíblia apresenta as razões pelas quais as pessoas, incluindo líderes eclesiásticos, ensinas mentiras: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Is. 8:20). Voltemos rapidamente à confissão do salmista: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Sl. 115:3) e creiamos em Cristo Jesus, que nos livra da ira vindoura.
Tradução: Daniel Leite Guanaes de Miranda
Para material Reformado adicional em Português, por favor, clique aqui.