Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Jesus não é apenas o Filho de Deus; ele é também o Filho do homem. Esse nome Filho do homem enfatiza a humanidade real do nosso Salvador.
Ele é o nome que Jesus usa para si, e é encontrado com muita freqüência no Evangelho segundo Lucas, como era de se esperar. Da mesma forma como João enfatiza a verdade maravilhosa que Jesus é Deus, e usa o nome Filho de Deus com muita freqüência, assim Lucas enfatiza a verdade que Jesus é como nós em todas as coisas exceto o pecado, e usa o nome Filho do homem. A ênfase de Lucas sobre a humanidade de Cristo é também o motivo do nascimento e infância de Cristo serem mais plenamente relatados por Lucas.
O fato que Jesus é o Filho do homem significa que ele nasceu neste mundo como nós, que viveu e morreu aqui, que é “osso e carne” conosco, e que é de fato parte da raça humana como nós. Isso até mesmo significa que ele foi “um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4:15).
Que Jesus era verdadeira e plenamente homem é tão importante como a verdade de que ele é Deus. Se não fosse um homem, como nós em todas as coisas, ele não poderia ser nosso Salvador. Como um homem ele tomou o lugar de Adão (I Co. 15:45-47) e nos representa diante de Deus. Como nosso representante, ele tomou nossos pecados sobre si, assumiu a plena responsabilidade por eles, e fez expiação por nós.
Se ele não fosse homem, não poderia ter sofrido e morrido. Se ele não fosse plenamente humano, não poderia em justiça ter tomado o nosso lugar sobre a cruz e sido punido por nossos pecados, pois o homem deve sofrer pelo pecado do homem. Se ele não fosse como nós em todas as coisas, não poderia ser um Sumo Sacerdote misericordioso e compassivo, que “possa compadecer-se das nossas fraquezas” (Hb. 4:15).
Como um homem, Jesus é aquele em quem habita corporalmente a plenitude da divindade (Cl. 2:9). Portanto, ele é aquele através de quem e por quem conhecemos o Deus invisível e todo-glorioso, aquele em cuja face brilha “a luz do conhecimento da glória de Deus” (II Co. 4:6). “Quem me vê a mim,” Jesus disse, “vê o Pai” (João 14:9).
Existe, então, grande conforto para os crentes no nome Filho do homem. O nome é a forma do próprio Jesus nos dizer que ele viveu aqui sobre a Terra, sofreu as mesmas coisas que sofremos, sendo tentado em tudo como nós, morreu nossa morte, e ressuscitou novamente para a glória eterna. Tal nome nos assegura que ele conhece nossas necessidades, não somente como aquele que conhece todas as coisas, mas também como alguém que teve aquelas mesmas necessidades “nos dias de sua carne” (Hb. 5:7). Somos convencidos mediante esse nome que ele é capaz de nos ajudar em todas as nossas fraquezas e enfermidades, visto que as conhece de primeira mão. Esse nome é a certeza que um homem fez expiação pelo pecado do homem e que a morte de Cristo tem poder salvífico. Como o Filho do homem, Jesus verdadeiramente é o nosso Irmão Mais Velho.
Fonte (original): Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 125-126.
1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em abril/2007.
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