Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / [email protected]
O juízo final é o evento que conclui a história desse presente mundo e introduz o reino eterno de Cristo. Portanto, a Escritura tem muito a dizer sobre o dia do juízo.
Esse juízo, porque é um dia e um evento, será universal. Todos os homens, anjos e demônios aparecerão diante de Deus para receber dele a recompensa da graça ou da justiça, e os homens a receberão no corpo no qual viveram e agiram injusta ou justamente.
A universalidade do juízo é claramente ensinada na Escritura. Todos serão julgados (Mt. 16:27; Mt. 25:31,32; Jo. 5:28,29; Rm. 2:5,6; 2Co. 5:10; Ap. 20:11-14; Ap. 22:12). Se há algumas exceções, elas são a besta, o falso profeta e o diabo que, aparentemente, serão lançados no lago de fogo sem julgamento, pois a impiedade deles já foi plenamente manifesta (Ap. 19:20; Ap. 20:10).
Esse juízo será de acordo com as obras (1Co. 3:13-15; 1Pe. 1:17; Ap. 2:23; Ap. 20:12,13), embora não por causa das obras. Se fosse por causa das obras, isso faria do mérito a base do julgamento, e sobre essa base ninguém permaneceria de pé. No julgamento as obras de cada pessoa serão demonstradas, quer esteja ele em Cristo ou não. Suas obras serão a prova de sua justificação diante de Deus (Tiago 2:14-20) ou de sua injustiça e demérito.
De acordo com essas obras, portanto, todos receberão uma recompensa apropriada – quer a recompensa das obras, que será a condenação eterna, ou da graça, que será a vida eterna (Mt. 16:27; Rm. 4:4; Ap. 22:12). Essa recompensa revelará a justiça de Deus na condenação e perdição do ímpio e a grandeza de sua graça para com o seu povo.
Esse julgamento e recompensa é a obra de Cristo. A ele o Pai deu todo julgamento (João 5:26,27; Ap. 22:12, 13). Isso é necessário, pois todos, tanto justos como injustos, devem ser julgados com relação a Cristo. Ele é aquele que os ímpios crucificaram e mataram (Hb. 6:4-6; Ap. 1:7). Ele é aquele que providencia uma justiça justificadora para os seus.
A ele pertence o livro da vida. Esse livro (Lucas 10:20) garante a salvação daqueles a quem o Pai deu a Cristo. É desse livro que alguns recebem não o que merecem, mas graça sobre graça.
Portanto, para o crente o dia do julgamento não é um dia de terror, mas o objeto de sua esperança e anseio. A despeito do fato que ele também deve ser julgado, sua confiança está em Cristo e na justiça de Cristo.
Certamente há grande esperança para os crentes no julgamento. Cristo, que é o seu Senhor, seu Irmão Mais Velho, seu Justificador e seu Redentor, será aquele que estará assentado como Juiz deles, e quando aparecerem no julgamento, eles aparecerão como são nele: ressuscitados e glorificados com ele. O fato que a ressurreição precede o julgamento significa que quando os crentes aparecerem diante do tribunal de Cristo, eles já serão à sua semelhança (1Jo. 3:2). Seus corpos mortais já terão sido transformados em semelhança do seu corpo glorioso (Fp. 3:21). Que conforto e fundamento para esperança! Confiamos que seja para você também.
Fonte (original): Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 321-322.
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