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Glória e Suficiência dos Salmos para o Cântico

Diversos Autores

Constituição Apostólica (atribuída a Clemente de Roma [c.90-100] e compilada no final do quarto século): “As mulheres, as crianças, e os trabalhadores mais humildes, podem repetir os Salmos de Davi; cantem-no em casa e fora dela: tomem os Salmos para exercício de sua piedade e refrigério de suas almas. Assim terão respostas prontas à tentação, e estarão sempre preparados para orar a Deus, e louvá-lo, em qualquer circunstância, com suas próprias palavras … Se estais em casa, lê o Livro da Lei, com os reis e os profetas, e canta os Hinos de Davi … Se desejas cantar algo, tens os Salmos … E reunam-se diariamente, pela manhã e à noite, cantando os salmos e orando na Casa do Senhor; pela manhã proferindo o Salmo 63, e à noite o salmo 140; mas, principalmente, no Dia do Senhor.”

Atanásio (c.296-373) bispo de Alexandria, campeão da ortodoxia contra o Arianismo: (1) “Não creio que um homem possa encontrar algo mais glorioso do que estes Salmos; porque eles abarcam a vida inteira do homem, as afeições de sua mente, e os impulsos de sua alma. Para louvar e glorificar a Deus, ele pode selecionar um salmo útil a cada ocasião, e assim verá que ele fora escrito para ele.” (2) Atanásio se refere aos Salmos como a “síntese da Escritura inteira.”

Basílio, o Grande (c.330-379) bispo de Cesárea, autor de uma famosa obra sobre o Espírito Santo: “O livro dos Salmos são um compêndio de toda divindade; um reservatório comum de remédios para a alma; uma publicação universal das boas doutrinas úteis a cada pessoa em toda situação.”

Ambrósio (c.339-397) bispo de Milão: “A lei instrui, a história informa, a profecia prediz, a correção censura, a moral exorta. No livro dos Salmos você encontra o fruto disto tudo, bem como o remédio para a salvação da alma. O saltério merece ser chamado o louvor de Deus, a glória do homem, a voz da Igreja, e a mais proveitosa confissão de fé. Com os Salmos aprendo a odiar o pecado, e desaprendo a me envergonhar do arrependimento. Nos Salmos deleite e instrução competem entre si: os cantamos por prazer e os lemos para aprender.”

Sínodo de Laodicéia (343-381), cânon LIX: “Nenhum salmo de composição privada nem quaisquer livros não-canônicos podem ser lidos na igreja, mas somente os livros canônicos do Velho e do Novo Testamentos.”

João Crisóstomo (c.347-407) bispo de Constantinopla, o pregador boca-de-ouro: “A graça do Santo Espírito assim ordenou isto, que os Salmos de Davi devem ser recitados e cantados noite e dia. Nas vigílias da Igreja—pela manhã—nas solenidades fúnebres—Davi é o começo, o meio, e o fim. À noite, quando os homens dormem, desperta-os para cantar; e alista os servos de Deus nas tropas angélicas, e faze da terra o céu, e faze dos homens anjos, cantando os Salmos de Davi.”

Agostinho (354-430) bispo de Hipona, Doutor da Graça: “Oh! Quanto suspiro por ti, meu Deus, quando leio os Salmos de Davi, esses fiéis hinos e cânticos de devoção, que não permitem qualquer altivez de espírito! Oh! Quanto suspiro por ti interiormente nestes salmos! E quanto por eles sou elevado em direção a ti, ardendo orquestrá-los, se possível, através do mundo inteiro, contra o orgulho da raça humana! E embora eles não sejam cantados através do mundo inteiro, ninguém pode se esquivar da tua presença.”

Martinho Lutero (1483-1546) reformador alemão: “Conseqüentemente, o Saltério é o livro de todos os santos; e qualquer pessoa, em qualquer situação, encontra Salmos e palavras que se ajustam a seu caso, como se tivessem sido postos lá tão somente para ele, de maneira que não é possível melhorá-los, nem buscar ou desejar por coisa melhor.”

Melancton (1497-1560) reformador alemão, amigo pessoal e companheiro de trabalho de Lutero: O livro dos Salmos é “a obra mais elegante existente no mundo.”

João Calvino (1509-1564) reformador francês: “Porque é verdadeiro aquilo que disse Santo Agostinho, que ninguém pode cantar algo digno de Deus, senão aquilo que dele recebeu. Portanto, quando procurarmos diligentemente, aqui e ali, não iremos encontrar cânticos melhores, nem mais úteis a este propósito, do que os Salmos de Davi, que o Espírito Santo compôs e preparou através dele. Assim, cantando-os nós podemos ter certeza de que nossas palavras vêm de Deus, tal como se ele estivesse cantando em nós para sua própria glória. Além disto, Crisóstomo exorta, tanto os homens, como as mulheres e crianças a se acostumarem a cantá-los, afim de que este seja um tipo de meditação que os faça associados à companhia dos anjos.”

Richard Hooker (1554-1600) da igreja da Inglaterra: “O que é que um homem precisa saber que os Salmos não possam ensinar? Eles são para os iniciantes uma introdução fácil e familiar, uma poderosa argumentação de toda virtude e conhecimento de que devem estar inteirados, e uma forte confirmação para o mais perfeito entre outros. Magnanimidade heróica, primorosa justiça, grave moderação, sabedoria exata, sincero arrependimento, paciência incansável, os mistérios de Deus, os sofrimentos de Cristo, os terrores da ira, os confortos da graça, as obras da providência sobre este mundo, e as alegrias prometidas daquele mundo que virá, todo bem a ser necessariamente conhecido, ou obtido, ou executado, jorra desta fonte celestial.”

William Perkins (1558-1602) o “pai do puritanismo inglês”: “[O livro dos] Salmos contêm os cânticos sagrados apropriados para cada condição da igreja e de seus membros, compostos para serem cantados com graça no coração (Cl. 3:16)”

John Lightfoot (1602-1675) membro da Assembléia de Westminster: “Os salmos que os judeus cantavam de forma comum e constante eram estes: No primeiro dia da semana, o salmo 43 (…); No segundo dia da semana, o salmo 48 (…); No terceiro dia da semana, o salmo 82 (…); No quarto dia da semana, o salmo 94 (…); No quinto dia da semana, o salmo 81 (…); No sexto dia da semana, o salmo 93 (…); No sétimo dia eles cantavam o Salmo 92.”

The Bay Psalm Book (1640), o primeiro livro impresso na Nova Inglaterra, em seu Prefácio: “… certamente o cântico dos salmos de Davi era a adoração aceitável a Deus, não só no tempo de Davi, mas posteriormente, como no tempo de Salomão (2 Cr. 5:13), no tempo de Josafá (2 Cr. 20:21), no tempo de Esdras (Es. 3:10-11) e o texto é claro em mostrar que no tempo de Ezequias estava ordenado cantar louvor com as palavras de Davi e Asafe (2 Cr. 29:30) (…) a igreja inteira é ordenada a instruir uns aos outros nos vários tipos dos salmos de Davi, sendo alguns chamados por ele mesmo de Mizmorim: Salmos, alguns de Tehillim: hinos, alguns Shirim: cânticos espirituais. Assim, o cântico dos salmos de Davi é um dever moral e, portanto, perpétuo… Somos expressamente ordenados a cantar Salmos, Hinos, e Cânticos Espirituais (Ef. 5:19; Cl. 3:16)…”

A Confissão de Fé de Westminster (1640s), XXI.V: “A leitura das Escrituras, com santo temor; a sã pregação da Palavra e a consciente atenção a ela, em obediência a Deus, com entendimento, fé e reverência; o cântico de salmos, com gratidão no coração; bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo—são partes do culto comum oferecido a Deus, além dos juramentos religiosos, votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, os quais, em seus vários tempos e ocasiões próprias, devem ser usados de um modo santo e religioso.”

Diretório de Culto de Westminster (1640s): “Do Cântico dos Salmos: É dever dos cristãos louvar a Deus publicamente, pelo cântico dos salmos junto com a congregação, e também privadamente em família. No cântico dos salmos, a voz deve ser grave e convincentemente ordenada; mas o principal cuidado deve ser em cantar com entendimento, e com graça no coração, louvando ao Senhor. Que a congregação inteira possa estar reunida, que cada um possa ler e possuir um saltério; e todos os outros, não incapacitados pela idade ou outra razão, devem ser encorajados a aprender a ler. Mas, por enquanto, onde muitos na congregação não possam ler, é conveniente que o ministro, ou alguma outra pessoa designada por ele e pelos demais oficiais regentes, leia o salmo, linha por linha, antes de cantá-lo.”

Matthew Henry (1662-1714) Presbiteriano inglês, famoso comentarista da Bíblia: “os Salmos que Davi grafou devem ser usados pela Igreja no louvor a Deus até o fim dos tempos” (Comentário ao Salmo 145:1).

William Romaine (1714-1795) da igreja da Inglaterra: “‘O quê?!’ dizem alguns, ‘é ilegal cantar composições humanas na Igreja? Como pode ser isto? Por que, eles a cantam em tal e tal lugar; grandes e bons homens, sim, e vívidos ministros também as cantam. Você quer agora julgá-los?’ Coisa odiosa é fazer juízo de outros, exceto se para magnificar a graça de Deus. Qual é meu parecer? Eu não diria isto contra ninguém em assuntos indiferentes. Eu desejo ser compassivo com as fraquezas dos homens, porque eu desejo a mesma indulgência para comigo. Mas, no presente caso, a Escritura, que é a única regra de julgamento, não é indiferente. Deus nos deu uma larga coleção de hinos, e nos ordenou cantá-los na Igreja, e prometeu sua benção sobre o cântico deles. Nenhum respeito deve ser prestado aqui a nomes ou autoridades, ainda que sejam as maiores da terra, porque ninguém pode disputar com a ordem de Deus, e ninguém, por sua vontade, pode compor hinos para serem comparados aos Salmos de Deus. Eu quero saber qual o nome daquele que pretende criar melhores hinos do que o Espírito Santo. Sua coleção se basta; não requer acréscimo. Ela é tão perfeita quanto seu autor, e não é passível de implementação. Por que alguém, aqui, poria na cabeça de sentar e escrever hinos para serem usados na Igreja? Isto é simplesmente o mesmo caso de alguém que resolvesse escrever uma nova Bíblia, não só melhor do que a antiga, mas de tal maneira melhor que poderíamos deixar a antiga de lado. Que blasfêmia! E, contudo, nossos negociantes de ‘hinos do Paraguai’, inadvertidamente eu espero, tem chegado muito perto da blasfêmia; porque eles tiraram os Salmos, introduziram seus próprios versos na Igreja, cantam seus versos com grande deleite, e, imaginam ter com isso grande proveito; embora a prática esteja em oposição direta ao mandamento de Deus, e, portanto, provavelmente não possa ser acompanhada da benção dEle.”

Thomas Chalmers (1780-1847) Presbiteriano escocês, primeiro moderador da Igreja Livre da Escócia: “… não há um discípulo santo e celestial de Cristo em nossos dias que não perceba nas efusões do Salmista uma contraparte para todas as alternações de sua própria história religiosa—que não venha a encontrar nas palavras dele a forma exata para todos os desejos, tristezas, e agitações de seu próprio coração.”

Henry Cooke (1788-1868) Presbiteriano irlandês, campeão do Trinitarianismo contra o Unitarianismo: “… Não posso deixar de sentir pena daqueles que, segundo afirmam, encontram tão pouco de Cristo nos salmos inspirados da Bíblia, que devem buscar e empregar uma salmodia não-inspirada para falar de Cristo de forma mais completa. Nosso Senhor mesmo se identificou nos salmos—Lucas 24:44-45—e desse modo “abriu o entendimento de seus discípulos, para que eles pudessem compreender as Escrituras.” Seguramente o que foi luz aos olhos deles, deve ser luz aos nossos. E, de fato, creio eu, há uma visão de Cristo—e isto não é coisa de pouca importância ao crente atribulado e confuso—que só pode ser descoberta no livro dos Salmos—Quero dizer: em sua vida interior … As mais piedosas produções de homens não-inspirados são um raso curso d’água, [ao passo que] os salmos são um incomensurável e abismal oceano.”

W. E. Gladstone (1809-1898) Primeiro Ministro britânico: (1) “Todas as maravilhas da civilização grega postas juntas são menos maravilhosas do que este único Livro de Salmos …”

Dr. Philip Schaff (1819-1893) historiador da Igreja americano: (1) O “Livro de Salmos é o mais antigo hinário cristão; herdado da antiga aliança … Os concílios de Laodicéia (360) e da Calcedônia (451) proibiram o uso eclesiástico de hinos privados ou não-inspirados.” (2) “[A igreja] aderiu quase que exclusivamente aos Salmos de Davi, que, como diz Crisóstomo: eram o começo, o meio, e o fim nas assembléias dos cristãos; e tinham, em oposição à predileção herética, até mesmo uma aversão decidida pelo uso público de cânticos não-inspirados. O Concílio de Laodicéia, por volta de 360, proibiu mesmo o uso eclesiástico de qualquer ‘hino privado’ ou não-inspirado, e o Concílio da Calcedônia em 451 confirmou este decreto.”

Abraham Kuyper (1837-1920) teólogo reformado holandês e Primeiro Ministro da Holanda: “1. As Sagradas Escrituras nos presenteiam com um volume especial de Salmos [para o cântico]. 2. Os salmos superam largamente os hinos em profundidade espiritual. 3. Os hinos raramente forçaram entrada nas igrejas sem logo revelar a tendência primária de dominar os salmos e então de se oporem a eles 4. Nos salmos ouve-se a duradoura e perene entonação da mente piedosa, enquanto todos os hinos nos levam essencialmente a um tema temporário e imprimem uma concepção unilateral momentânea sobre as igrejas. 5. Os hinos invariavelmente conduzem a coros [ou solistas, etc. no culto público], por meio dos quais a congregação é silenciada. 6. Na luta entre hinos e Salmos, os membros mais fracos e negligentes da congregação ficam todos contra os Salmos e em prol dos hinos, enquanto os piedosos sempre preferem os Salmos em lugar dos hinos.”

Rev. W. E. McCulloch: “… nossos são os cânticos do templo de Salomão, de Cristo e seus Apóstolos, os cânticos cantados pelos mártires entre as catacumbas romanas, pelos Valdenses entre os imensidão dos Alpes, pelos Hugeonotes que batizaram o solo da França com seu sangue, pelo Suíços, Holandeses, e Alemães dos tempos da Reforma, pelos Aliancistas nas ladeiras e cavernas montanhosas da Escócia, pelos Peregrinos que desafiaram os terrores do oceano e a mata selvagem, os cânticos cantados pelas almas santas através das eras, os cânticos do Saltério inspirado, cujo sentimento inteiro pode ser resumido nesta exortação final: “Tudo o que respira louve ao Senhor.”

Tradução: Márcio Santana Sobrinho

Extraído de: http://www.cprf.co.uk/quotes.htm#psalmsinging

Para material Reformado adicional em Português, por favor, clique aqui.

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